São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2010

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FOCO

Plano de saúde põe chip em cachorros para evitar fraudes

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE SÃO PAULO

O tratamento ortopédico, que incluiu até um pino na pata, doeu na fox paulistinha Cindy e no bolso da dona, a geógrafa Letícia Sartori.
Depois de gastar uns R$ 7.000 com tratamentos, cirurgias e o parto da cadela, resolveu aderir a um plano de saúde para cachorro.
"É um sofrimento porque ela é como se fosse minha filha. Ela já está mais idosa e começou a dar defeito como carro velho", diz Letícia, dona da Cindy, de 15 anos.
Para não confundir com cachorros muito parecidos, a operadora exige a implantação de um microchip para identificação do animal. Além de evitar fraudes, facilita o prontuário nas consultas veterinárias.
Assim como os demais usuários, a cadela Cindy é chipada. A aplicação é com uma pistola de vacinação.
"Nem sinto o chip, passo a mão pelo dorso e não percebo nada, é do tamanho de um grão de arroz", diz Letícia, que paga R$ 70 mensais pelo plano de saúde do cão.
A depender da cobertura e do porte do animal, o valor da mensalidade varia de R$ 39 a R$ 154. São Bernardo e dog alemão são as raças mais caras no convênio.
"Além de ser uma identidade do animal, é a única forma de nos certificarmos de que aquele bicho é mesmo o segurado. Quem levar outro está roubando do seu próprio cão", diz a empresária Ana Luiza Ziller, dona do plano DogLife e da lhasa apso Vida.
Assim como nos planos de saúde para humanos, o convênio para os animais tem carência, limite de consultas, rede credenciada que varia de acordo com o plano contratado e é mais barato para bichos com menos de 6 anos.
"Eu mesma tinha uma despesa muito alta com meus cães", completa Ana Luiza que, inspirada no próprio orçamento e no modelo norte-americano, abriu o plano há quatro anos.

SEM DADOS
Diferentemente das operadoras de planos de saúde humanos, não existe agência reguladora para o setor, mas o crescimento desse mercado é tanto que o Conselho Federal de Medicina Veterinária publicou uma resolução para regulamentar a atividade.
"Os veterinários devem estar inscritos nos conselhos federal e regionais", orienta Benedito de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária.
"Aqui em casa cachorro tem mais direito do que gente. Assim como tenho Unimed faço questão de que a Cindy também tenha plano de saúde", diz Letícia.


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