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Governo direciona
temas de pesquisa
da Reportagem Local
As agências de fomento à pesquisa estão tentando implantar
um novo modelo de produção de
ciência no Brasil.
É o chamado modelo de indução, em que as agências criam linhas de pesquisa ou programas
com uma proposta definida, sobre
as quais os pesquisadores têm de
desenvolver seus trabalhos.
"Saúde, informática e agricultura tendem a ser priorizadas. Na
área de agricultura, temos tentado
resolver gargalos em áreas cruciais
para o país, como o caso da vassoura de bruxa, praga que atinge o
cacau", diz José Galizia Tundisi,
presidente do CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico).
Esse modelo é o contrário do que
predomina hoje em dia -o pesquisador apresenta um projeto de
seu interesse e a agência financia
caso ele seja aprovado.
A mudança tem dois objetivos
interligados. Um é estimular o desenvolvimento de pesquisas em
áreas consideradas estratégicas. O
outro é otimizar a aplicação dos
recursos, relativamente escassos.
Este ano, por exemplo, as duas
agências federais cortaram 10%
dos recursos para bolsas de estudo
em consequência da política mais
geral de contenção de gastos do
governo federal.
O principal risco, avaliam especialistas, é desacelerar o ritmo de
crescimento da pesquisa brasileira. Entre 80 e 95, o número de artigos publicados em revistas internacionais cresceu 1,2 vez acima da
média mundial, segundo aponta
um estudo feito a pedido do Ministério da Ciência e Tecnologia.
"O corte não pode ser abrupto.
Em pesquisa regularidade é importante", diz o presidente da
SBPC, Sérgio Henrique Ferreira.
Ainda por causa da falta de recursos, o setor empresarial passa a
ser encarado como um parceiro
efetivo a ser conquistado.
De acordo com o MCT, o setor
privado responde por cerca de um
terço dos investimentos em ciência e tecnologia no Brasil, participação que vem se mantendo estável ao longo da década de 90.
Nos últimos anos, o investimento federal em ciência e tecnologia
permaneceu praticamente estável
-R$ 4,5 bilhões.
(MAv)
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