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EDUCAÇÃO
Formação atende ao mercado
Brasil só tem
7 mestrados
profissionais
MARTA AVANCINI
da Reportagem Local
O Brasil tem, atualmente, sete
mestrados profissionais em funcionamento no país e 15 processos
para a abertura de novos cursos
tramitando na Capes.
A legislação prevê desde 1965 a
existência do mestrado profissional no Brasil, mas ele só se tornou
uma realidade há três anos.
Em 1995, a Capes criou mecanismos que viabilizaram o surgimento de cursos de mestrado com o
objetivo de formar profissionais
para atuar no mercado de trabalho
e não como pesquisadores, função
do mestrado tradicional.
"Ainda é um processo quase experimental, mas a tendência é
crescer muito", diz Rosana Arcoverde, coordenadora de acompanhamento e avaliação da Capes.
Exigências
A instituição que pretende criar
um mestrado profissionalizante
tem de cumprir uma série de exigências: os professores devem ter
título de doutor, o aluno tem de
apresentar um trabalho final (dissertação, desenvolver um produto
etc) e o curso deverá contar com
meios próprios de sustentação -a
Capes não fornece bolsas de estudo para alunos desses mestrados.
Essas características tornam o
mestrado profissional diferente da
pós-graduação "lato sensu",
com perfil mais próximo ao de um
curso de especialização.
"Existe uma preocupação com
pesquisa. É uma necessidade real
do país para que a sociedade e as
empresas elevem o grau de competência", diz Rogério Meneghini, assessor da área científica da
Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo).
Interface
"O mestrado profissional permite um contato mais próximo
com a realidade do setor produtivo. Ele faz uma interface", diz
Hector Francisco Terenzi, pró-reitor de Pós-Graduação da USP, que
pretende implantar os seus primeiros cursos desse tipo em 99.
A aproximação ocorre porque o
novo tipo de mestrado tende a ser
estruturado para atender demandas específicas de um setor.
É o caso da pós-graduação em
engenharia elétrica da Universidade de São Paulo, que pretende
criar um curso na área de geração
de energia. "Um curso de engenharia elétrica seria muito genérico. Ele tem de atender necessidades bem definidas", diz José Roberto Cardoso, membro de comissão de pós-graduação da Escola
Politécnica.
A articulação com o setor produtivo vai além do desenvolvimento de produtos e tecnologias:
as empresas tendem a ser agentes
que financiam esses programas.
"Os recursos estão escassos e a
tendência da Capes é priorizar o
doutorado. Então é preciso encontrar novas formas de financiar
o mestrado", diz Lázaro Plácido
Lisboa, coordenador da pós-graduação em controladoria e contabilidade da FEA (Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade) da USP.
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