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A GAROTA DA HORA
A mineira Fernanda Takai, 26,
vocalista do Pato Fu, é uma garota
infiltrada no clube do bolinha. Ela
é a única mulher da banda e já se
acostumou a ouvir todos os tipos
de comentários canalhas dos 12
homens que viajam com o grupo
pelo Brasil. "Nem ligo mais", diz.
Fernanda foi também a única garota líder de uma banda a concorrer ao Video Music Brasil, que foi
realizado na última quinta-feira,
em São Paulo.
O clipe de "Antes que Seja Tarde" foi indicado para quatro categorias: escolha da audiência, melhor videoclipe do ano, videoclipe
pop e fotografia. O vídeo foi dirigido por Hugo Prata e teve os figurinos criados pelo estilista mineiro
Ronaldo Fraga.
Ao mesmo tempo, a moça viaja
em turnê de lançamento do seu
quarto disco, "Televisão de Cachorro" - sempre acompanhada
pelo marido, John, o vocalista do
grupo.
O mundo do rock é machista?
É muito machista sim. No Brasil
você vê muito mais bandas de meninos, falando sobre as coisas sob
a ótica masculina. Lá fora já não é
mais assim, existem muitas bandas de mulheres tendo destaque.
Mas eu nunca senti o machismo
na pele. Em geral, os caras são
muito legais comigo.
Como é ser a única mulher no
meio de tantos homens?
Eu já me acostumei. Na verdade,
eu tenho mais amigos homens do
que mulheres. No início eu ainda
tentava discutir quando eles falavam algum absurdo, mas agora
prefiro ficar na minha. Se bem que
eu fico quieta mas fico atenta, ouço tudo que eles falam. Mas eles
me tratam superbem. Não que eu
tenha muitos privilégios, mas eles
são cavalheiros, geralmente me
deixam escolher o restaurante e ficar com o melhor quarto do hotel.
Como foi a gravação do clipe?
Foi muito legal. Gravamos em
uma praia, com a participação de
várias crianças. Elas gostaram tanto que tivemos de fazer uma fila
para todos poderem participar.
Mas fazer clipes é complicado,
principalmente porque a gente
não é ator. Mas ficamos muito satisfeitos com o resultado.
Você continua morando em Belo Horizonte?
Continuo. Para a gente que tem
banda, é legal ter uma base. E é lá
que estão os meus amigos e a minha família. Se bem que agora, em
turnê, eu tenho ficado 20 dias por
mês viajando.
Gosta da estrada?
Adoro. É a parte mais legal de ter
uma banda. Tanto que quando a
gente está em estúdio gravando
discos, eu não vejo a hora de voltar. Gosto muito de viajar.
Como é ser casada com o John
e ser da mesma banda que ele?
A gente tenta ser bem profissional e separar as coisas. Para a gente
é normal porque nós nos conhecemos na banda. E tem um lado
bom, que é o fato de a gente se ver
muito. Os caras que viajam com a
gente estão sempre reclamando de
saudades da namorada. Mas tentamos não ficar muito juntos durante a turnê. Não ficamos andando
de mãos dadas até para não ser
chato para os caras da banda. Muitos fãs nem sabem que a gente é
casado.
Acontece assédio por parte dos
desavisados?
Às vezes sim, mas logo alguém
dá um cutucão e fala: cuidado que
ela é casada.
O relacionamento de vocês interfere na banda?
Acaba interferindo. Se a gente
brigar, por exemplo, é claro que a
banda vai sentir. Por mais que a
gente seja profissional, nós somos
humanos e sentimos as coisas.
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