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OS EXPORTÁVEIS
Governo negocia acordos para enviá-los para seus países
Estrangeiro é preso por tráfico
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
Quase 75% dos estrangeiros presos no Brasil estão envolvidos com
o narcotráfico e podem cumprir
penas de até 15 anos de prisão em
regime fechado por não possuírem residência no país.
Eles integram o contingente de
1.029 estrangeiros que não têm
acesso ao direito de progressão de
pena oferecido aos presos nacionais. A progressão permite ao preso, por exemplo, ficar na cadeia
apenas à noite.
Eles não têm parentes no Brasil.
Na maioria dos casos, entraram
com visto de turista e foram presos em flagrante. Sem família nem
amigos no Brasil, acabam sendo
duplamente punidos: cumprem a
pena e não têm acesso aos benefícios previstos em lei.
Eles representam 1% da população carcerária do país e podem ser
trocados por número semelhantes
de brasileiros presos no exterior.
Um encontro internacional promovido pela Organização das Nações Unidas em 1995 recomendou
a celebração de acordos de transferência para humanizar a situação dos presos estrangeiros.
No próximo dia 20, o ministro
Renan Calheiros (Justiça) assina o
acordo com a Inglaterra. Acordos
com a Argentina e a África do Sul
estão prontos para serem assinados. O governo negocia também
acordos com a França e Portugal.
Até o final deste ano, o Ministério da Justiça espera transferir dez
canadenses e espanhóis, cujos
acordos foram aprovados este ano
pelo presidente FHC.
Entre os beneficiados estão os
canadenses David Spencer e
Christine Lamont, condenados a
28 anos de prisão pelo sequestro
do empresário Abílio Diniz, do
grupo Pão de Açúcar, em 1989.
Dois argentinos e cinco chilenos
que também participaram do sequestro poderão ser beneficiados
pelos acordos de transferência.
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