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Médico diz que
pode ter havido
contaminação
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MUANÁ
O oftalmologista Paulo
Fernandes, professor da UFPA (Universidade Federal
do Pará), atestou atrofia do
nervo ótico, sem causa aparente, para os seis cegos de
Atuá que foram até Belém.
Fernandes rejeita a possibilidade de causas genéticas
e de doenças como glaucoma e tracoma terem gerado
os casos de cegueira.
Para o também professor
de oftalmologia da UFPA,
Ofir Dias Vieira, a atrofia do
nervo ótico pode indicar que
houve contaminação da população. "Os moradores podem ter ingerido ou inalado
algum tipo de agente tóxico
que atingiu o sistema nervoso central e o cérebro. Isso
explicaria as alucinações visuais e as fortes dores de cabeça", disse Ofir Dias Vieira.
Vieira aponta que a absorção de elementos químicos
como o chumbo ou o mercúrio podem causar a atrofia
do nervo ótico.
O ontomologista Inocêncio Gorayeb praticamente
descartou o envolvimento
de insetos nos casos de cegueira. "Nenhum deles provoca atrofia do nervo ótico",
disse Gorayeb.
A Secretaria da Saúde do
Pará fará um mapa genealógico dos moradores do Atuá
para saber se uma causa genética estaria relacionada
aos casos de cegueira. Os técnicos também coletaram
amostras do solo e da água.
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