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IMPORTAÇÃO ILEGAL
Carga avaliada em U$ 2 milhões tinha até prótese de silicone e já havia sido liberada pela Receita Federal
PF apreende 5 t de contrabando em Cumbica
DO "AGORA"
A PF (Polícia Federal) apreendeu na noite de anteontem 5,5 toneladas de produtos contrabandeados no terminal de carga do
aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP). A carga, avaliada em US$ 2 milhões (cerca de
R$ 5,8 milhões), já havia sido liberada pela Receita Federal. Dois
envolvidos foram presos.
Entre os materiais apreendidos
havia notebooks, remédios, "paragliders" (um tipo de pára-quedas), cosméticos, equipamentos
médicos e até próteses de silicone
para os seios.
O despachante alfandegário
Vlademir Américo Costa, 30
anos, e o caminhoneiro Cilney
Melo Garcia, 41, que trabalhavam
para as importadoras dos produtos, foram presos no local, acusados de contrabando. Podem pegar até oito anos de reclusão.
O destino final da mercadoria,
segundo o delegado Wagner Castilho, seriam shoppings e empresas varejistas. Ele não informou
como os policiais chegaram ao
contrabando. A carga entrou no
Brasil no dia 11, vinda de Miami,
nos EUA. A conivência de funcionários da Receita será investigada.
Castilho disse que os dois detidos trabalhavam para quatro empresas fantasmas, que faziam importações fraudulentas e depois
repassavam os produtos para
compradores. A PF já sabe quem
são os responsáveis pelas transportadoras, mas ainda falta chegar aos compradores.
Os produtos haviam passado
pelo "canal verde" da Receita Federal, em que a mercadoria e a documentação não são verificadas.
"Muitos produtos passam pelo
canal verde porque a quantidade
de contêineres que chegam a São
Paulo é grande e não é possível verificar todos", afirmou Castilho.
Os contrabandistas usavam um
esquema conhecido como GPL
(gato por lebre). O truque consiste em declarar na guia de importação produto semelhante ao
transportado, porém mais barato.
Na guia dos notebooks, por
exemplo, constava "periféricos"
(como um mouse); rodas de motocicleta viravam rodas de bicicleta. O truque permitia ao importador pagar menos imposto e reduzir à metade o preço da carga.
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