São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2004

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IMPORTAÇÃO ILEGAL

Carga avaliada em U$ 2 milhões tinha até prótese de silicone e já havia sido liberada pela Receita Federal

PF apreende 5 t de contrabando em Cumbica

DO "AGORA"

A PF (Polícia Federal) apreendeu na noite de anteontem 5,5 toneladas de produtos contrabandeados no terminal de carga do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP). A carga, avaliada em US$ 2 milhões (cerca de R$ 5,8 milhões), já havia sido liberada pela Receita Federal. Dois envolvidos foram presos.
Entre os materiais apreendidos havia notebooks, remédios, "paragliders" (um tipo de pára-quedas), cosméticos, equipamentos médicos e até próteses de silicone para os seios.
O despachante alfandegário Vlademir Américo Costa, 30 anos, e o caminhoneiro Cilney Melo Garcia, 41, que trabalhavam para as importadoras dos produtos, foram presos no local, acusados de contrabando. Podem pegar até oito anos de reclusão.
O destino final da mercadoria, segundo o delegado Wagner Castilho, seriam shoppings e empresas varejistas. Ele não informou como os policiais chegaram ao contrabando. A carga entrou no Brasil no dia 11, vinda de Miami, nos EUA. A conivência de funcionários da Receita será investigada.
Castilho disse que os dois detidos trabalhavam para quatro empresas fantasmas, que faziam importações fraudulentas e depois repassavam os produtos para compradores. A PF já sabe quem são os responsáveis pelas transportadoras, mas ainda falta chegar aos compradores.
Os produtos haviam passado pelo "canal verde" da Receita Federal, em que a mercadoria e a documentação não são verificadas.
"Muitos produtos passam pelo canal verde porque a quantidade de contêineres que chegam a São Paulo é grande e não é possível verificar todos", afirmou Castilho.
Os contrabandistas usavam um esquema conhecido como GPL (gato por lebre). O truque consiste em declarar na guia de importação produto semelhante ao transportado, porém mais barato.
Na guia dos notebooks, por exemplo, constava "periféricos" (como um mouse); rodas de motocicleta viravam rodas de bicicleta. O truque permitia ao importador pagar menos imposto e reduzir à metade o preço da carga.


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