São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2005 |
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BARBARA GANCIA Delúbio é uma Marilena Chaui anabolizada
O caldo vai entornando e a
gente começa a perceber as
nuances em seu cozimento. Depois da maquiagem promovida
por Duda Mendonça, o termo "petista xiita" caiu em desuso. Mas,
diante do estoicismo inesperado
(ao menos para quem vê de fora)
do ex-tesoureiro do PT Delúbio
Soares, convém rever alguns conceitos: Delúbio é aquele que se recusava a tomar Coca-Cola, o refrigerante "símbolo do imperialismo". Delúbio é aquele que ocultava a cigarrilha de Lula debaixo da
mesa, para que o chefe pudesse
dar suas tragadas escondido. Delúbio é aquele que aceitou calado
a culpa por todos os pecados do
PT. Movido pela convicção de um
homem-bomba, o ex-tesoureiro
resolveu entrar para a história como mártir. E será imolado, não
em nome da fidelidade a José Dirceu, como muitos pensam, mas
em nome da lealdade a uma causa e a seu grande mestre. Que vem
a ser o mesmo mortal a quem Roberto Jefferson chamou de "malandro e preguiçoso" em seu discurso de despedida. O advogado Anésio Lara Campos, que, por admirar Paulo Maluf, se antecipou aos defensores contratados e entrou com pedido de habeas corpus em favor do ex-prefeito, é meio-irmão do senador Eduardo Suplicy e já foi indiciado por seus ideais neonazistas. A família do ex-prefeito demonstra despreparo na lida com a crise. Um lanche levado pelo copeiro de Paulo Maluf à sede da Polícia Federal, onde ele e o filho estão sendo mantidos, foi embalado em uma sacola da Russell and Bromley, loja de Londres que vende calçados a R$ 1.200 o par. Não podiam ter usado uma sacola do Pão de Açúcar? Em entrevista ao Bandnews, Paulo Maluf afirmou que "não foi permitida" em sua cela a entrada da quentinha servida aos presos. Chega a ser cômico. Mesmo preso, ele se acha no direito de permitir ou deixar de permitir. É bom lembrar que o propósito da prisão dos Maluf é impedir que eles interfiram na investigação a que estão sendo submetidos por pilhagem dos cofres públicos, não para impedi-los de comer o que quer que seja. Entre os alunos da escola onde estudam os filhos de Flávio Maluf, a prisão do pai e do avô é assunto tabu. Para terminar, uma pergunta: quem pagou as campanhas de Eduardo Suplicy, Aloizio Mercadante e Heloísa Helena? QUALQUER NOTA Mixo Na quarta-feira, em bate-boca no plenário, reiteradas vezes o deputado que usa o cognome Professor Luizinho (PT) se referiu a Denise Frossard como "o parlamentar". Ué, como mestre, Luizinho não sabe que parlamentar é substantivo de dois gêneros? Ou será que ele instilou contra a colega o mesmo ranço que Severino usou contra Gabeira? Seriedade em falta Luiza Erundina ocupa seu lugar ao sol ou vai dar PSOL. Sangue novo Um grupo de tucanos já pensa em lançar o nome de Andrea Matarazzo para governador. E-mail - barbara@uol.com.br www.uol.com.br/barbaragancia/ Texto Anterior: Outro lado: Assessoria cita problemas com funcionários Próximo Texto: Qualidade das praias Índice |
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