São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2005

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GREVE NAS UNIVERSIDADES

Grupo ficou em plenário em protesto contra o conflito com a PM, que teve 13 alunos detidos

Estudantes passam noite na Assembléia

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 150 estudantes e funcionários das universidades estaduais de São Paulo, que cobram mais verbas para a educação, passaram a noite na Assembléia Legislativa. Eles permaneceram no local da tarde de anteontem até a noite de ontem.
Eles ficaram no plenário em protesto ao confronto com a Polícia Militar, anteontem à noite, nos arredores da Casa. O incidente deixou pelo menos cinco estudantes feridos e 13 detidos.
O enfrentamento ocorreu porque parte dos manifestantes foram barrados pela PM e não puderam entrar na Casa. Eles tentaram fechar uma avenida; a polícia interveio com bombas de gás lacrimogêneo.
Alunos, professores e funcionários da USP, da Unesp, da Unicamp e da Fatec querem que a Casa derrube o veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao item da Lei de Diretrizes Orçamentárias que amplia de 30% para 31% do Orçamento a verba vinculada (fixa) à educação.
A elevação significaria cerca de R$ 470 milhões, que seriam divididos entre universidades, ensino tecnológico e básico.
Alckmin diz que a nova vinculação engessaria o Orçamento e prejudicaria outros setores, pois a verba extra teria de ser retirada de outras áreas do governo.

Protesto
Os manifestantes dormiram nas galerias do plenário principal -no chão de carpete ou nas poltronas, que são estofadas.
""Está difícil. Estamos sem tomar banho. E só comendo pão", disse Michele Correa de Castro, 22, da Unesp de Marília. O sindicato dos funcionários da USP comprou lanches com queijo, manteiga ou mortadela. Também havia café e água.
Com o passar do dia de ontem, mais 150 manifestantes se uniram aos que já estavam dentro da Assembléia. Como havia uma sessão em andamento, o grupo pretendia pressionar os deputados a votar o veto de Alckmin.
Para que isso ocorresse, era necessário que a oposição tivesse o apoio de parte da base do governo, o que não ocorreu.
Às 21h, os 300 manifestantes que estavam dentro do plenário saíram e se encontraram com outros 500 do lado de fora. Eles saíram em passeata até a avenida Paulista. (FÁBIO TAKAHASHI)


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