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GREVE NAS UNIVERSIDADES
Grupo ficou em plenário em protesto contra o conflito com a PM, que teve 13 alunos detidos
Estudantes passam noite na Assembléia
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 150 estudantes e funcionários das universidades estaduais de São Paulo, que cobram mais verbas para a educação, passaram a noite na Assembléia Legislativa. Eles permaneceram no local da tarde de anteontem até a noite de ontem.
Eles ficaram no plenário em
protesto ao confronto com a Polícia Militar, anteontem à noite,
nos arredores da Casa. O incidente deixou pelo menos cinco
estudantes feridos e 13 detidos.
O enfrentamento ocorreu porque parte dos manifestantes foram barrados pela PM e não puderam entrar na Casa. Eles tentaram fechar uma avenida; a polícia interveio com bombas de
gás lacrimogêneo.
Alunos, professores e funcionários da USP, da Unesp, da
Unicamp e da Fatec querem que
a Casa derrube o veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB)
ao item da Lei de Diretrizes Orçamentárias que amplia de 30%
para 31% do Orçamento a verba
vinculada (fixa) à educação.
A elevação significaria cerca de
R$ 470 milhões, que seriam divididos entre universidades, ensino tecnológico e básico.
Alckmin diz que a nova vinculação engessaria o Orçamento e
prejudicaria outros setores, pois
a verba extra teria de ser retirada
de outras áreas do governo.
Protesto
Os manifestantes dormiram
nas galerias do plenário principal -no chão de carpete ou nas
poltronas, que são estofadas.
""Está difícil. Estamos sem tomar banho. E só comendo pão",
disse Michele Correa de Castro,
22, da Unesp de Marília. O sindicato dos funcionários da USP
comprou lanches com queijo,
manteiga ou mortadela. Também havia café e água.
Com o passar do dia de ontem,
mais 150 manifestantes se uniram aos que já estavam dentro
da Assembléia. Como havia uma
sessão em andamento, o grupo
pretendia pressionar os deputados a votar o veto de Alckmin.
Para que isso ocorresse, era necessário que a oposição tivesse o
apoio de parte da base do governo, o que não ocorreu.
Às 21h, os 300 manifestantes
que estavam dentro do plenário
saíram e se encontraram com
outros 500 do lado de fora. Eles
saíram em passeata até a avenida
Paulista.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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