São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LAVÍNIA ABRANCHES VIOTTI (1908-2008)

Entre os livros de Goethe e o piano

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Lavínia era amiga de Mário, que era amigo de Mozart. Mozart casou-se com Lavínia, e Mário só está na história porque foi o responsável por apresentar um ao outro.
Além da amizade com Mário de Andrade (1893-1945), os dois tinham em comum a paixão pela música. Lavínia Abranches Viotti foi pianista. Mozart Camargo Guarnieri, assim como o gênio austríaco que lhe influenciou o nome, foi compositor -e também pianista.
Casaram-se em 1930, ano em que Getúlio subiu ao poder. Em 1931, tiveram Mário, que volta à história, só que agora para designar o único filho que o casal teve. Quando o menino fez quatro anos, os dois se separaram.
Com uma bolsa de estudos do governo, Camargo Guarnieri foi a Paris em 1938. Morreu em 1993 com um câncer na laringe. Mário viveu com a mãe até 1960, quando se casou. Lavínia morou sozinha até o fim da vida.
Exímia pianista, se apresentou na Europa, EUA, Argentina e Chile. Falava várias línguas, com predileção para o alemão. Traduziu para o português mais de 30 livros, como "Fausto", de Goethe.
Após morar mais de 20 anos em Campos do Jordão (SP), voltou a São Paulo há uns 15, e nunca mais tocou piano, como lembra o filho, sem saber por qual razão.
Dedicou-se aos livros nos últimos anos. Morreu na quinta, em São Paulo, aos cem anos, de falência múltipla dos órgãos. Deixou um filho, quatro netos e cinco bisnetos.

obituario@folhasp.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Cliente é baleado em estacionamento de banco
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.