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Lojas de grife sofrem onda de roubos e furtos em São Paulo
Dos 21 casos levantados pela Folha, 12 foram protagonizados por gangue que usa carros para arrombar estabelecimentos
Na madrugada de ontem, alvo foi loja de lingerie na rua Oscar Freire; casos ocorreram no Itaim Bibi, em Pinheiros e no Campo Belo
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Lojistas de marcas de grife
famosas no Itaim Bibi, em Pinheiros (ambos na zona oeste)
e no Campo Belo (zona sul) sofrem uma onda de furtos e roubos desde maio. Na madrugada
de ontem, o alvo foi a loja de
roupas íntimas femininas Mari.M, na rua Oscar Freire, em
Pinheiros.
Mais da metade dos 21 casos
levantados pela reportagem na
cidade teve a ação da "gangue
da batida" ou "gangue da marcha a ré", como os policiais batizaram a quadrilha que usa
carros para arrombar portões
de aço das lojas na madrugada.
Depois de "estourar" o acesso, os ladrões invadem o estabelecimento e levam em poucos minutos roupas, tênis, relógios, óculos, calçados e até capacetes importados.
O grupo criminoso, composto por cerca de 20 pessoas entre
16 e 25 anos, segundo investigações da Polícia Civil e relatos de
vítimas à Folha, está envolvido
em 12 dos 21 casos.
Policiais civis relataram à reportagem ainda que os casos
restantes foram cometidos por
grupos que usam desde pés-de-cabra para arrombar portas até
estilingues com bolinhas de
chumbo ou velas de carro para
quebrar vitrines.
No crime na Mari.M, quatro
homens armados desceram de
dois veículos, aparentemente
roubados, e renderam o vigilante da rua. Depois, segundo
testemunhas, quebraram a vitrine com velas de carro e furtaram 300 peças -em média,
cada uma custa R$ 180. A ação
durou menos de três minutos.
O alarme foi acionado, e a
Polícia Militar chegou dez minutos depois, segundo funcionários de um estacionamento
24 horas em frente à loja. Ninguém foi preso até a noite.
"A situação está ficando insuportável", disse a dona da loja, Marilice Mariano da Rocha.
Levantamento da Folha, a
partir de dados da polícia e de
vítimas, aponta o Itaim Bibi
com 14 casos de furto e roubo
-metade teria sido praticada
pela "gangue da batida". O número pode ser maior, pois há
lojistas que não registram
ocorrência. Alguns reclamam
de falta de policiamento.
Além de dar queixa, Rodrigo
Martinez, 32, dono da Alma de
Praia, entregou à polícia cópia
da fita com a invasão à loja de
moda de praia pela gangue em
4 de junho. O vídeo mostra um
carro em marcha a ré arrebentando o portão, às 3h45. Sete
pessoas sem máscaras entram
e levam R$ 40 mil em peças.
Em 19 de agosto, o mesmo
grupo atacou uma loja da Adidas na rua Teodoro Sampaio,
em Pinheiros. Oficialmente,
nenhum integrante das quadrilhas foi preso. A polícia suspeita que os produtos levados vão
para receptadores, que os revendem a um preço mais barato ou a lojistas concorrentes.
Procurada, a Secretaria de
Segurança Pública informou
que a polícia investiga os casos
e realiza rondas ostensivas.
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