São Paulo, quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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Dois catadores de lixo morrem ao manipular granada no Rio

Segundo a polícia, artefato explodiu durante brincadeira; outros 5 se feriram

Marcelo Franco/Agência O Globo
Perito examina local em que granada explodiu; dois catadores que manusearam artefato morreram

DA SUCURSAL DO RIO

Uma brincadeira entre catadores de lixo -jogar uma granada de um para o outro-, segundo a polícia, resultou ontem de manhã em uma explosão que matou na hora dois deles e feriu cinco com gravidade.
O acidente aconteceu na entrada de um depósito de lixo na estrada de Gericinó (Bangu, zona oeste do Rio), em área vizinha a um campo de provas do Exército. O Esquadrão Antibombas da Polícia Civil concluiu que era uma granada de bocal, própria para ser acoplada ao cano de fuzil, para disparo. É um armamento de uso legal restrito às Forças Armadas.
Testemunhas contaram na delegacia que os catadores estavam com o explosivo desde a semana passada.
Em depoimento, o sargento do Exército Wagner Malcher de Barros, 47, disse que, momentos antes da explosão, avistou um grupo de quatro catadores jogando entre si um objeto que lhe pareceu um rojão. A hipótese é que a granada tenha caído no chão e explodido.
Ao volante de um caminhão militar, Barros havia ido ao lixão se desfazer de resíduos de unidades do Exército da região, entre as quais está o campo de provas de Gericinó.
O Comando Militar do Leste, representação do Exército no Rio, informou em nota que a explosão foi "em área fora da jurisdição militar". Segundo o órgão, a explosão aconteceu quando "algumas pessoas tentaram desmontar o artefato para vender as partes".
De acordo com a delegada Márcia Julião, da 34ª DP, porém, "os catadores estavam brincando com a granada".
A delegada afirmou que a explosão foi tão forte que os corpos de Carlos Eduardo da Silva Chaves, 25, e Thiago da Lima Costa, 23, ficaram "praticamente destruídos".
Ela disse não saber como os catadores obtiveram o explosivo. Há pelo menos duas hipóteses: ou eles invadiram o campo de provas e roubaram a granada ou a acharam no lixão.
O Comando Militar do Leste não respondeu se houve registro recente de invasões no campo de provas.


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