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Dois catadores de lixo morrem
ao manipular granada no Rio
Segundo a polícia, artefato explodiu durante brincadeira; outros 5 se feriram
Marcelo Franco/Agência O Globo
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Perito examina local em que granada explodiu; dois catadores que manusearam artefato morreram
DA SUCURSAL DO RIO
Uma brincadeira entre catadores de lixo -jogar uma granada de um para o outro-, segundo a polícia, resultou ontem
de manhã em uma explosão
que matou na hora dois deles e
feriu cinco com gravidade.
O acidente aconteceu na entrada de um depósito de lixo na
estrada de Gericinó (Bangu, zona oeste do Rio), em área vizinha a um campo de provas do
Exército. O Esquadrão Antibombas da Polícia Civil concluiu que era uma granada de
bocal, própria para ser acoplada ao cano de fuzil, para disparo. É um armamento de uso legal restrito às Forças Armadas.
Testemunhas contaram na
delegacia que os catadores estavam com o explosivo desde a
semana passada.
Em depoimento, o sargento
do Exército Wagner Malcher
de Barros, 47, disse que, momentos antes da explosão, avistou um grupo de quatro catadores jogando entre si um objeto
que lhe pareceu um rojão. A hipótese é que a granada tenha
caído no chão e explodido.
Ao volante de um caminhão
militar, Barros havia ido ao lixão se desfazer de resíduos de
unidades do Exército da região,
entre as quais está o campo de
provas de Gericinó.
O Comando Militar do Leste,
representação do Exército no
Rio, informou em nota que a
explosão foi "em área fora da
jurisdição militar". Segundo o
órgão, a explosão aconteceu
quando "algumas pessoas tentaram desmontar o artefato para vender as partes".
De acordo com a delegada
Márcia Julião, da 34ª DP, porém, "os catadores estavam
brincando com a granada".
A delegada afirmou que a explosão foi tão forte que os corpos de Carlos Eduardo da Silva
Chaves, 25, e Thiago da Lima
Costa, 23, ficaram "praticamente destruídos".
Ela disse não saber como os
catadores obtiveram o explosivo. Há pelo menos duas hipóteses: ou eles invadiram o campo
de provas e roubaram a granada ou a acharam no lixão.
O Comando Militar do Leste
não respondeu se houve registro recente de invasões no campo de provas.
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