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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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JOGO

Governadora alega que parte do faturamento é repassada a obras sociais e que fechamento de casas causaria "impacto social"

Liminar do Supremo reabre bingos no Rio

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello garantiu a continuidade do funcionamento dos bingos no Rio. A atividade vem sendo questionada com sucesso pelo Ministério Público Federal, que já conseguiu na Justiça a ordem para fechar pelo menos 39 estabelecimentos no Rio e em Niterói nas últimas duas semanas.
A liminar foi concedida em reclamação apresentada pela governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB), na qual pede à Corte a suspensão de decisões que determinaram o fim desse tipo de negócio.
Na reclamação, a Procuradoria Geral do Estado do Rio alega que está em curso uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) questionando a constitucionalidade do decreto estadual, de 1999, que regulamenta a atividade dos bingos no Rio.
Na época, o governador do Rio era Anthony Garotinho, marido de Rosinha e atualmente secretário estadual de Segurança Pública.
A Adin foi proposta pelo procurador-geral da República, Claudio Fonteles, e tem como relator o ministro Marco Aurélio.
A reclamação foi entregue pessoalmente ao STF pela governadora anteontem. Na ocasião, ela se reuniu com o ministro e expôs seu pleito e argumentos. No documento, reivindica-se, também, que Marco Aurélio seja o relator do pedido em caráter liminar.
"As ações civis públicas [propostas pelo Ministério Público], pelo resultado que vêm obtendo [fechamento dos bingos no Rio], estão se transformando em ações diretas de inconstitucionalidade. Então, primeiro, há que haver o julgamento do mérito [da Adin relacionada aos bingos que tramita no STF]", afirmou o ministro, logo depois de conceder a liminar.
A favor dos bingos, entre outros motivos, a governadora alega que parte do faturamento do negócio no Rio é revertida para obras sociais. Revela, ainda, que a atividade é responsável por 6.000 empregos diretos e outros 2.000 indiretos, "que deixarão de existir, o que provocará, indubitavelmente, um impacto social considerável na cidade do Rio de Janeiro".
Já o Ministério Público defende o fim dos bingos por suspeita de que a atividade é usada para lavar dinheiro do tráfico de drogas.


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