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JOGO
Governadora alega que parte do faturamento é repassada a obras sociais e que fechamento de casas causaria "impacto social"
Liminar do Supremo reabre bingos no Rio
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Liminar do ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello garantiu a continuidade do funcionamento dos
bingos no Rio. A atividade vem
sendo questionada com sucesso
pelo Ministério Público Federal,
que já conseguiu na Justiça a ordem para fechar pelo menos 39
estabelecimentos no Rio e em Niterói nas últimas duas semanas.
A liminar foi concedida em reclamação apresentada pela governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB), na qual
pede à Corte a suspensão de decisões que determinaram o fim desse tipo de negócio.
Na reclamação, a Procuradoria
Geral do Estado do Rio alega que
está em curso uma Adin (Ação
Direta de Inconstitucionalidade)
questionando a constitucionalidade do decreto estadual, de 1999,
que regulamenta a atividade dos
bingos no Rio.
Na época, o governador do Rio
era Anthony Garotinho, marido
de Rosinha e atualmente secretário estadual de Segurança Pública.
A Adin foi proposta pelo procurador-geral da República, Claudio
Fonteles, e tem como relator o ministro Marco Aurélio.
A reclamação foi entregue pessoalmente ao STF pela governadora anteontem. Na ocasião, ela
se reuniu com o ministro e expôs
seu pleito e argumentos. No documento, reivindica-se, também,
que Marco Aurélio seja o relator
do pedido em caráter liminar.
"As ações civis públicas [propostas pelo Ministério Público],
pelo resultado que vêm obtendo
[fechamento dos bingos no Rio],
estão se transformando em ações
diretas de inconstitucionalidade.
Então, primeiro, há que haver o
julgamento do mérito [da Adin
relacionada aos bingos que tramita no STF]", afirmou o ministro,
logo depois de conceder a liminar.
A favor dos bingos, entre outros
motivos, a governadora alega que
parte do faturamento do negócio
no Rio é revertida para obras sociais. Revela, ainda, que a atividade é responsável por 6.000 empregos diretos e outros 2.000 indiretos, "que deixarão de existir, o que
provocará, indubitavelmente, um
impacto social considerável na cidade do Rio de Janeiro".
Já o Ministério Público defende
o fim dos bingos por suspeita de
que a atividade é usada para lavar
dinheiro do tráfico de drogas.
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