São Paulo, sexta-feira, 16 de outubro de 2009

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LEON BARG (1930-2009)

O homem que deu nova vida às músicas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira coisa que Leon Barg comprou na vida, depois de fazer dinheiro com balas, gibis usados e o que mais conseguiu vender na porta de casa, em Recife (PE), foi um toca discos.
Desde que vira, aos 12 anos, um aparelho como aquele na casa de um amigo, ele descobriu sua paixão: a música. A voz de Francisco Alves o tocou tão profundamente, por exemplo, que até no enterro do cantor, morto em 1952 num acidente de carro, ele esteve.
Colecionador de discos, começou a trabalhar diretamente com música no fim dos anos 70, ao comprar uma tradicional loja de instrumentos em Curitiba, onde viveu até a semana passada. Antes, fora representante comercial, atividade que o fizera se mudar para o PR.
Em 1987, montou o selo Revivendo Músicas, para lançar discos antigos e "preservar a música popular brasileira". O material que deixou é descrito pela família como o maior acervo de discos de 78 rotações do Brasil, com mais de 120 mil títulos.
Seu sonho era ter completado sua coleção, o que não fez por pouco, como conta a filha Lilian. Leon deixou anotado os que faltavam.
No domingo, foi ao Rio buscar discos que havia ganhado. Na segunda, teve uma parada cardíaca, que o matou aos 79. Deixa três filhos e seis netos. Há duas semanas, ele havia lançado um álbum com músicas judaicas em homenagem à mulher, morta há sete meses, de câncer.

coluna.obituario@uol.com.br


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