|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Presídios paulistas têm 72,5 mil presos além da capacidade
População carcerária do maior sistema penitenciário do país atingiu 173.060 detentos, para 100.593 vagas
Deficit é de 194.650 vagas no país; pior caso é de PE, com uma taxa
de superlotação de 129,73%, seguido do AC
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
As prisões paulistas estão
cada vez mais superlotadas.
Dados do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) mostram que o sistema
penitenciário paulista, o
maior do país, atingiu em junho uma população total de
173.060 detentos.
Pelos dados oficiais, as prisões paulistas foram construídas para abrigar 100.593
pessoas. Isso significa que,
no Estado, existem 72,5 mil
presos além da capacidade
normal -que inclui homens
e mulheres, nas penitenciárias e nas cadeias públicas.
Em relação ao levantamento anterior, do final de
2009, o sistema recebeu mais
9.000 presos. Na época, o Estado tinha uma população
carcerária de 163.915 detentos, mas o número de vagas
era maior, 101.774 -o deficit
chegava a 62.141 lugares.
Em alguns Estados, como
Pernambuco e Acre, a situação é ainda pior, com uma
porcentagem de presos a
mais maior que 100%.
No país, segundo os dados
oficiais, há 299.587 vagas para uma população carcerária
de 494.237 pessoas. O deficit
é de 194.650 vagas -65%.
Os dados fornecidos pelo
Depen, órgão ligado ao Ministério da Justiça, são fornecidos pelos próprios Estados
e disponibilizados à população a cada semestre.
Em SP, para acabar com o
deficit -uma taxa de 72,04%
a mais de detentos em relação ao número de vagas-,
seria necessária a construção
de 103 presídios com 700 vagas cada um. Se utilizado o
modelo-padrão, o custo total
seria de cerca de R$ 3 bilhões.
Para tentar reduzir o deficit, o governo paulista lançou plano de médio prazo
que previa pacote de construção de novas unidades até
2011 para ampliar em 37.370
vagas o sistema no Estado.
Em maio, o governo previa
fechar o ano com 3.300 dessas vagas disponíveis. Ontem, não respondeu se conseguirá cumprir.
Para o advogado Matheus
Guimarães Cury, vice-presidente do Conselho Penitenciário do Estado de SP, a superlotação recorde é péssima
para presos e população.
Para ele, isso só agrava a
falta de controle do Estado e
acaba com a possibilidade de
ressocialização dos presos.
Texto Anterior: Administração recria função de "gerente da avenida Paulista" Próximo Texto: Outro lado: Em maio, Estado criticou falta de apoio municipal Índice | Comunicar Erros
|