São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011

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ABC atrai os paulistanos com imóveis mais baratos

Preço do metro quadrado na Grande SP é metade do cobrado na capital

Congestionamentos devem piorar no trajeto, com os deslocamentos para locais de trabalho que ficam em São Paulo

EVANDRO SPINELLI
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Fugindo dos preços altos dos imóveis na capital, paulistanos estão migrando para cidades da Grande São Paulo, especialmente da região do ABC e de Guarulhos.
Assim, as outras cidades da Região Metropolitana já dividem com a capital paulista as vendas e os lançamentos imobiliários.
Mas enquanto em São Paulo o metro quadrado do imóvel residencial varia de R$ 5.000 a R$ 15 mil, no ABC, por exemplo, o preço vai de R$ 2.000 a R$ 6.000.
Esse cenário aumenta a preocupação com a piora do trânsito. Quem se muda de São Paulo para, por exemplo, Santo André em busca de imóvel mais barato, não deixa de trabalhar na capital.
Ex-morador de Guaianases (zona leste de São Paulo), o projetista André Cardoso de Sá, 34, viu no ABC a oportunidade de viver em uma região com melhor estrutura e com preços mais baixos.
No ano passado, ele se mudou com a mulher e as duas filhas para um apartamento no bairro Campestre, em Santo André, comprado na planta. "Morava numa casa de aluguel. Agora, tenho meu imóvel e muitas facilidades."
Ele trabalha na zona sul de São Paulo. Como precisa viajar frequentemente a trabalho, a proximidade do aeroporto de Congonhas e o trânsito foram outros fatores que influenciaram na escolha do apartamento no ABC.
De Guaianases até Jurubatuba (zona sul), ele levava quase duas horas de carro. Agora, de trem, o tempo é de pouco mais de uma hora.
Milton Bigucci, presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC, diz que a região tem sido muito atrativa para paulistanos.
Segundo ele, 80% dos imóveis negociados por sua imobiliária, a MBigucci, são para jovens recém-casados. Metade trabalha em São Paulo.
O "movimento pendular" -ida de manhã para o trabalho, volta para casa no fim da tarde-, principal causa dos congestionamentos, se intensifica com esse fenômeno.
A situação tende a piorar com a entrega, nos próximos três anos, das cerca de 60 mil unidades habitacionais lançadas nos últimos dois anos na Grande São Paulo. Nesse período, na capital foram lançados 78 mil imóveis.
"É um fenômeno terrível de mais carro na rua. O governo precisa criar mais trem, metrô, mas vamos passar um momento de transição onde os problemas de trânsito vão ser acentuados", diz João Crestana, presidente do Secovi (sindicato das empresas do setor imobiliário).



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