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Quando vi, as vigas já tinham despencado, diz outro sobrevivente
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
O ferramenteiro Carlos Fernando Rangel, 38, uma das três
pessoas atingidas pelas vigas do
Rodoanel que despencaram sobre a rodovia Régis Bittencourt
no sábado à noite, se recuperava ontem no hospital Alvorada,
em Moema (zona sul), de uma
operação no punho esquerdo,
fraturado no acidente. Seu estado de saúde era bom.
"Eu estava na Régis [dirigindo o carro] a uns 80 km/h. Uma
viga começou a rachar de cima
para baixo. Quando eu vi, ela já
tinha despencado. Desviei para
a direita e acho que foi isso que
me salvou", ele lembra.
Rangel ficou cerca de duas
horas preso nas ferragens do
carro. "Quando começou a fumaça, inalei um pouco de pó.
Pensei: "Agora não vai dar
mais". Quis pegar o celular e ligar para casa, mas não dava. Eu
estava preso", lembra.
O filho Felipe, 19, disse que a
família só teve a confirmação
de que o pai era uma das pessoas envolvidas no acidente
perto da meia-noite. "A gente
estava vendo a reportagem na
TV, mas não tinha certeza. Certeza mesmo foi quando falaram
de um homem de 38 anos."
A equipe de resgate o levou
para o Hospital Geral de Itapecerica da Serra, onde os médicos operaram seu pulso. Ontem
a família decidiu transferi-lo
para o hospital Alvorada.
Ele, que trabalha numa metalúrgica em Embu (Grande
São Paulo), voltava para casa,
em São Paulo, depois de jogar
futebol com os companheiros
de trabalho, como faz todas as
sextas-feiras. O ferramenteiro
é casado e tem dois filhos.
Rangel já fala em indenização: "Espero que o governo resolva da melhor maneira. Entramos em contato com advogado".
(GUILHERME REED)
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