São Paulo, segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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Motorista não sabe explicar como sobreviveu

Reginaldo Pereira, que dirigia o caminhão que foi atingido por uma das vigas do Rodoanel, disse que foi jogado para fora do veículo

No acidente, o motorista fraturou três costelas e levou alguns pontos na cabeça; ele deixou ontem a UTI e pode sair hoje do hospital

DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

O motorista Reginaldo Aparecido Pereira, 40, ainda não sabe explicar como conseguiu sobreviver ao acidente na sexta-feira passada provocado pela queda de vigas do Rodoanel na rodovia Régis Bittencourt.
De acordo com Anélia Aparecida Elviro Pereira, 59, seu filho relatou que dirigia lentamente, por causa do trânsito, quando uma viga atingiu a carroceria de seu caminhão. Ele, então, ouviu um estrondo. A porta se abriu sozinha e Pereira foi jogado para fora do caminhão. Logo depois, outra viga atingiu em cheio a cabine do veículo. O caminhão ficou destruído.
Segundo Anélia, o motorista disse que não abriu a porta nem se jogou do caminhão, como haviam afirmado inicialmente alguns parentes e testemunhas do acidente. "O Reginaldo não sabe como foi jogado para fora. Ele disse que foi a mão de Nossa Senhora [Aparecida] que o tirou de lá", afirmou.
Ela conversou durante aproximadamente uma hora com o filho ontem à tarde no Hospital Geral de Pirajussara, em Taboão da Serra (Grande São Paulo), onde ele está internado.
No acidente, o motorista fraturou três costelas e levou alguns pontos na cabeça. Ele ontem saiu da UTI (unidade de terapia intensiva) e pode deixar o hospital ainda hoje.
Pereira é casado em mora em Osasco. O cunhado, Alex Gomes, 30, diz que um dos trabalhos de Pereira é transportar terra justamente para as obras do Rodoanel.
Na hora do acidente, segundo o cunhado, ele voltava de uma oficina que havia instalado um alarme no veículo. O caminhão, que era novo e pertence à empresa onde ele trabalha.
Segundo Anélia, seu filho é católico fervoroso -devoto de Nossa Senhora Aparecida- e dirige caminhão há 20 anos.
Até então, Pereira havia sofrido apenas um acidente, no início da carreira, quando bateu num poste. "Ele estava aprendendo a dirigir caminhão. Fiquei assustada [naquela época], mas não foi nada parecido com o acidente de agora."

Outras vítimas
Além de Pereira, outras duas pessoas também se feriram por conta do desabamento da obra do Rodoanel: a bancária Luana Augusto Coradi e o ferramenteiro Carlos Fernando Rangel, que continua internado (leia texto nesta página).
A bancária, que já está em casa, afirmou ontem que vai entrar em contato com Pereira e Rangel para falar sobre o acidente. "Quero saber o que eles estão sentindo. Como estão passando estes dias. Vou ligar para eles amanhã [hoje]", disse.


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