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São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2003

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LEGISLATIVO

Vereador do PT continuará na presidência da Câmara de SP em 2004; no ano anterior, houve denúncias e confusão

Sem disputa, Tatto é reeleito presidente

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma disputa muito menos tumultuada que a do ano passado, o presidente da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT), foi reeleito para comandar o Legislativo paulistano por mais um ano.
Ontem, Tatto recebeu o apoio de 40 dos 55 vereadores, sem forte concorrência. Apenas Manoel Cruz, líder do Prona, chegou a lançar uma chapa contra Tatto, estimulado por vereadores mais experientes. Apesar do tom de brincadeira dos colegas, o líder do Prona, que se auto-intitula o "vigilante da cidade", disse que era para valer: "Se teve algum colega [que não levou a sério a candidatura], é porque não me conhece".
Em 2002, quando Tatto derrotou Antonio Carlos Rodrigues (PL) por 29 a 25, houve empurrões, xingamentos e acusação de corrupção. O Ministério Público abriu até investigação para apurar denúncias de compra de votos.
Apesar de a reforma administrativa aprovada no final de agosto ter previsto a redução de sete para cinco nos cargos da Mesa Diretora, no próximo ano estão mantidos todos os sete postos.
Para valer o aprovado na reforma, os vereadores tinham de alterar também a Lei Orgânica do Município, onde ficam definidos os sete cargos da Mesa -mas isso não ocorreu a tempo. Como a lei da reforma fica "abaixo" da Lei Orgânica, nada muda.
Além de Tatto, foram eleitos Antonio Goulart (PMDB, 1º vice-presidente), Rogério Farhat (PTB, 2º vice), Toninho Paiva (PL, 1º secretário), Carlos Apolinário (PDT, 2º secretário), Wadih Mutran (PP, 1º suplente) e Augusto Campos (PT, 2º suplente). O PSDB, de oposição, ficou mais uma vez de fora.
As mudanças na Mesa deixaram alguns vereadores descontentes. Cláudio Fonseca (PC do B), atual 2º vice-presidente e principal coordenador da reforma administrativa, disse que "há um risco, e não é pequeno", de que o que já foi feito não seja mantido.
Se depender de alguns dos eleitos, faz sentido. O vereador Goulart, futuro 1º vice, disse que vai propor a revisão dos cortes da verba de gabinetes logo após assumir. Para ele, a reforma "baixou a auto-estima dos funcionários".
Tatto, no entanto, afirmou que a continuação da reforma é uma das prioridades para o ano que vem. Além do projeto, que teve o objetivo de cortar gastos, o petista também quer implementar uma série de iniciativas para aproximar a população do Legislativo.
Depois da votação, o atual corregedor-geral da Câmara, José Laurindo (PT), também foi eleito para mais um mandato. Ontem ele designou o vereador Paulo Frange (PTB) o relator do caso de Gilberto Natalini (PSDB), que disse em um encontro fechado que 40 dos 55 vereadores recebem "mesada" do Executivo.
Frange quer entregar o relatório até depois de amanhã e deve pedir que o processo vá a plenário. O tucano afirmou estar "tranquilo".


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