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LEGISLATIVO
Vereador do PT continuará na presidência da Câmara de SP em 2004; no ano anterior, houve denúncias e confusão
Sem disputa, Tatto é reeleito presidente
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma disputa muito menos
tumultuada que a do ano passado, o presidente da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT), foi
reeleito para comandar o Legislativo paulistano por mais um ano.
Ontem, Tatto recebeu o apoio
de 40 dos 55 vereadores, sem forte
concorrência. Apenas Manoel
Cruz, líder do Prona, chegou a
lançar uma chapa contra Tatto,
estimulado por vereadores mais
experientes. Apesar do tom de
brincadeira dos colegas, o líder do
Prona, que se auto-intitula o "vigilante da cidade", disse que era
para valer: "Se teve algum colega
[que não levou a sério a candidatura], é porque não me conhece".
Em 2002, quando Tatto derrotou Antonio Carlos Rodrigues
(PL) por 29 a 25, houve empurrões, xingamentos e acusação de
corrupção. O Ministério Público
abriu até investigação para apurar
denúncias de compra de votos.
Apesar de a reforma administrativa aprovada no final de agosto ter previsto a redução de sete
para cinco nos cargos da Mesa Diretora, no próximo ano estão
mantidos todos os sete postos.
Para valer o aprovado na reforma, os vereadores tinham de alterar também a Lei Orgânica do
Município, onde ficam definidos
os sete cargos da Mesa -mas isso
não ocorreu a tempo. Como a lei
da reforma fica "abaixo" da Lei
Orgânica, nada muda.
Além de Tatto, foram eleitos
Antonio Goulart (PMDB, 1º vice-presidente), Rogério Farhat (PTB,
2º vice), Toninho Paiva (PL, 1º secretário), Carlos Apolinário
(PDT, 2º secretário), Wadih Mutran (PP, 1º suplente) e Augusto
Campos (PT, 2º suplente). O
PSDB, de oposição, ficou mais
uma vez de fora.
As mudanças na Mesa deixaram alguns vereadores descontentes. Cláudio Fonseca (PC do
B), atual 2º vice-presidente e principal coordenador da reforma administrativa, disse que "há um
risco, e não é pequeno", de que o
que já foi feito não seja mantido.
Se depender de alguns dos eleitos, faz sentido. O vereador Goulart, futuro 1º vice, disse que vai
propor a revisão dos cortes da
verba de gabinetes logo após assumir. Para ele, a reforma "baixou
a auto-estima dos funcionários".
Tatto, no entanto, afirmou que a
continuação da reforma é uma
das prioridades para o ano que
vem. Além do projeto, que teve o
objetivo de cortar gastos, o petista
também quer implementar uma
série de iniciativas para aproximar a população do Legislativo.
Depois da votação, o atual corregedor-geral da Câmara, José
Laurindo (PT), também foi eleito
para mais um mandato. Ontem
ele designou o vereador Paulo
Frange (PTB) o relator do caso de
Gilberto Natalini (PSDB), que disse em um encontro fechado que
40 dos 55 vereadores recebem
"mesada" do Executivo.
Frange quer entregar o relatório
até depois de amanhã e deve pedir
que o processo vá a plenário. O tucano afirmou estar "tranquilo".
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