São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2007

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Chegada do calor incomoda quem evita sol

Nos EUA e Austrália, ONGs pedem sombras em locais públicos e proteção nas escolas

Luvas, mangas compridas, chapéus, película nos vidros e muito protetor solar são usados para fugir da exposição aos raios

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

Para a maioria das pessoas, a chegada do verão significa menos roupa, atividades ao ar livre e pele bronzeada. Para outras, porém, é a temporada de chapéus, mangas compridas, luvas para dirigir, locais fechados e muito protetor solar.
A estilista Bianca Marques, 25, faz parte desse grupo. Usa diariamente filtro solar de FPS 50, só sai de casa com óculos escuros, tem uma coleção de chapéus de palha e prefere ir ao clube ("porque tem mais sombra") do que à praia. Isso tudo apesar de morar perto da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio.
As janelas do apartamento, aliás, escondem parte da cidade atrás de uma película escura. "Não adianta ter uma vista maravilhosa e não poder ficar na sala devido ao excesso de luz." Para ela, os locais públicos também deveriam ser protegidos.
Se no Brasil comentários como esse ainda são individuais, nos EUA e na Austrália já há ONGs dedicadas à luta por mais sombras em locais públicos, à inclusão de programas de proteção solar nas escolas e à defesa de profissionais em trabalhos expostos ao sol.
"Nos EUA, alguns dos médicos que conheci não deixavam os filhos irem a um camping se não houvesse funcionários atentos à questão da proteção solar", comenta o dermatologista Davi de Lacerda, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Já Marcus Maia, coordenador da campanha de prevenção ao câncer da pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, cita o exemplo da Colômbia: lá, os garis usam uniformes de mangas compridas e chapéu.
O que impede muitos de se cuidar, diz, é o preço do protetor. Já o que motiva os consumidores, afirma Lacerda, é o medo do câncer e do envelhecimento da pele.


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