São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2008

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Sindicância do Exército irá investigar furto de doações

Soldados, cabos e um sargento estão entre os 13 militares flagrados ao desviar doações

O Estado irá contratar uma empresa terceirizada para substituir o trabalho dos voluntários em outro local, ainda não definido

DA AGÊNCIA FOLHA

O comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, disse que os militares que atuam no apoio à Defesa Civil de Santa Catarina são orientados diariamente sobre a conduta adequada na missão.
O comandante afirma que o Exército deverá concluir em 20 dias a sindicância aberta para investigar a participação dos militares no furto de doações às vítimas da enchente.
Pafiadache afirmou que os 13 homens envolvidos serão ouvidos e poderão ser alvo de um inquérito policial militar. O grupo é formado por soldados, cabos e um sargento. O Exército, porém, não divulgou o nome dos acusados.
Já a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Blumenau, responsável pelo setor do centro de distribuição em que foram feitas as gravações, afirmou ontem que desativará o espaço que utiliza na Vila Germânica.

Sem voluntários
O responsável pela pasta, o secretário Paulo Roberto França, disse que o local não possui a infra-estrutura adequada para ser utilizado como centro logístico. O governo do Estado pretende contratar uma empresa terceirizada para realizar o trabalho em outro local, que ainda não foi definido.
De acordo com ele, a falta de um local na vila para carga e descarga dos caminhões facilita a entrada de pessoas que querem desviar produtos. A Vila Germânica é utilizada para o armazenamento de doações que a Defesa Civil do Estado recebe de todo o país. De lá, os produtos são transferidos para vítimas de Blumenau, Ilhota, Gaspar, Luís Alves e Pomerode.
França disse que o governo estadual realizou ontem a contratação emergencial de uma equipe que organizará o trabalho no centro de distribuição enquanto outro local não for encontrado. Antes, o trabalho era feito por voluntários, o que, para ele, facilitava o desvio.
Segundo o diretor da Defesa Civil estadual, major Márcio Luiz Alves, que coordena os centros que recebem doações, há um controle do transporte e da armazenagem dos produtos, mas não é possível controlar o trabalho de todos os envolvidos na triagem.
"Quando há um desastre, é difícil trabalhar. Existem voluntários, e voluntários. Se a pessoa que avisou a imprensa tivesse nos procurado, teríamos prendido os envolvidos. Consideramos um crime de furto como qualquer outro", afirmou o major Alves.

Difícil controlar
O diretor da Defesa Civil estadual também afirmou que é possível que ocorreram ou que ocorrerão furtos semelhantes. Por se tratar de um volume muito grande de donativos e haver muita gente envolvida, é difícil ter um controle absoluto, ainda de acordo com ele.
Há outros sete centros de distribuição no Estado, que não devem ter a rotina alterada. Em Florianópolis, no entanto, os trabalhos já são feitos por uma empresa terceirizada. (GUSTAVO HENNEMANN e PABLO SOLANO)



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