|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sindicância do Exército irá investigar furto de doações
Soldados, cabos e um sargento estão entre os 13 militares flagrados ao desviar doações
O Estado irá contratar uma empresa terceirizada para substituir o trabalho dos voluntários em outro local, ainda não definido
DA AGÊNCIA FOLHA
O comandante da 14ª Brigada
de Infantaria Motorizada, Manoel Luiz Narvaz Pafiadache,
disse que os militares que
atuam no apoio à Defesa Civil
de Santa Catarina são orientados diariamente sobre a conduta adequada na missão.
O comandante afirma que o
Exército deverá concluir em 20
dias a sindicância aberta para
investigar a participação dos
militares no furto de doações às
vítimas da enchente.
Pafiadache afirmou que os 13
homens envolvidos serão ouvidos e poderão ser alvo de um
inquérito policial militar. O
grupo é formado por soldados,
cabos e um sargento. O Exército, porém, não divulgou o nome
dos acusados.
Já a Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Regional de
Blumenau, responsável pelo
setor do centro de distribuição
em que foram feitas as gravações, afirmou ontem que desativará o espaço que utiliza na
Vila Germânica.
Sem voluntários
O responsável pela pasta, o
secretário Paulo Roberto França, disse que o local não possui a
infra-estrutura adequada para
ser utilizado como centro logístico. O governo do Estado pretende contratar uma empresa
terceirizada para realizar o trabalho em outro local, que ainda
não foi definido.
De acordo com ele, a falta de
um local na vila para carga e
descarga dos caminhões facilita
a entrada de pessoas que querem desviar produtos. A Vila
Germânica é utilizada para o
armazenamento de doações
que a Defesa Civil do Estado recebe de todo o país. De lá, os
produtos são transferidos para
vítimas de Blumenau, Ilhota,
Gaspar, Luís Alves e Pomerode.
França disse que o governo
estadual realizou ontem a contratação emergencial de uma
equipe que organizará o trabalho no centro de distribuição
enquanto outro local não for
encontrado. Antes, o trabalho
era feito por voluntários, o que,
para ele, facilitava o desvio.
Segundo o diretor da Defesa
Civil estadual, major Márcio
Luiz Alves, que coordena os
centros que recebem doações,
há um controle do transporte e
da armazenagem dos produtos,
mas não é possível controlar o
trabalho de todos os envolvidos
na triagem.
"Quando há um desastre, é
difícil trabalhar. Existem voluntários, e voluntários. Se a
pessoa que avisou a imprensa
tivesse nos procurado, teríamos prendido os envolvidos.
Consideramos um crime de
furto como qualquer outro",
afirmou o major Alves.
Difícil controlar
O diretor da Defesa Civil estadual também afirmou que é
possível que ocorreram ou que
ocorrerão furtos semelhantes.
Por se tratar de um volume
muito grande de donativos e
haver muita gente envolvida, é
difícil ter um controle absoluto,
ainda de acordo com ele.
Há outros sete centros de
distribuição no Estado, que não
devem ter a rotina alterada. Em
Florianópolis, no entanto, os
trabalhos já são feitos por uma
empresa terceirizada.
(GUSTAVO HENNEMANN e PABLO SOLANO)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Cecilia Giannetti: São Paulo nas ventas Índice
|