São Paulo, quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

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Infraero quer evitar restrição em Congonhas

Representante de estatal argumentará com o prefeito Kassab que decisão irá comprometer as operações do aeroporto

Empresas aéreas também se mobilizam e alegam que não existem outros aeroportos para atender a Grande São Paulo

Lalo de Almeida - 27.nov.2009/Folha Imagem
Saguão principal de Congonhas, que terá o horário de funcionamento reduzido caso decisão de conselho municipal seja mantida

DA REPORTAGEM LOCAL

A Infraero (estatal que administra os aeroportos) vai tentar discutir hoje a decisão do conselho ambiental de São Paulo, de restringir o horário de funcionamento do aeroporto de Congonhas, com o prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Um representante da estatal federal, segundo a assessoria de imprensa, tentará se reunir com o prefeito em busca de uma solução para o caso. Até ontem à noite, a reunião não havia sido confirmada pela assessoria de Kassab.
A tentativa de alterar as condições de licenciamento do aeroporto vai ocorrer porque, segundo a estatal, duas horas a menos durante a semana comprometeriam demais as operações de Congonhas.
A argumentação da Infraero vai esbarrar no posicionamento do secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, que articulou pela aprovação das exigências feitas.
O secretário está em Copenhague, na conferência mundial sobre o clima, e não poderia dar entrevista ontem, segundo sua assessoria.

Anac
A Infraero também irá argumentar que cabe à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determinar em que horário um aeroporto pode operar. A agência, porém, informou ontem não ter recebido nenhum documento sobre o licenciamento de Congonhas.
Outro lobby contrário à redução das operações em Congonhas será deflagrado pelas entidades de companhias aéreas nos próximos dias.
As companhias vão tentar reverter as novas restrições em Congonhas, já que não existem outros aeroportos para atender a Grande São Paulo. Viracopos, em Campinas (SP), também não comporta mais pousos e decolagens, por falta de infraestrutura aeroportuária.
A análise é de Ronaldo Jenkins, diretor do Snea (sindicato que reúne as companhias aéreas). "Fica claro que existe aí um problema técnico e político. Estão querendo deixar a cidade sem transporte aéreo", diz.
Jenkins afirmou que a medida vai contra planos da própria Prefeitura de São Paulo de facilitar a expansão de Congonhas. "E ainda falam em ampliar Congonhas", diz.
Jenkins se refere ao novo projeto de ampliação de Congonhas apresentado em novembro pelo Ministério da Defesa, com o aumento da pista auxiliar para um tamanho próximo do da pista principal.
O plano difere de outro, defendido pela Prefeitura de São Paulo no ano passado, baseado na desapropriação de cerca de 2.000 imóveis às margens do aeroporto. Pelo plano da prefeitura, uma área de até 500 m em frente à cabeceira da pista dará lugar à ampliação das faixas e a uma área de escape, para dar mais segurança ao aeroporto. É nessa região que ocorrerão as remoções.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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