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Marta é acusada de superfaturar obra
Ministério Público aponta suposta irregularidade na construção de piscinão em 2002 e pede a devolução de R$ 4,6 mi
Fraude seria em contrato de R$ 34,9 milhões assinado sem licitação com a OAS; TCM condenou o acordo
e pediu investigação
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público acusa a
ex-prefeita Marta Suplicy (PT),
o ex-secretário de Obras Roberto Luiz Bortolotto e a OAS
de fraude e superfaturamento
em contrato de R$ 34,9 milhões
assinado sem licitação com a
empreiteira, em 2002, para a
obra do piscinão do córrego
Rincão, zona sul de São Paulo.
A ação pede a devolução de
R$ 4,6 milhões de supostos prejuízos aos cofres públicos e que
Marta seja condenada à perda
de seus direitos políticos.
Na ação, ajuizada no dia 4 de
dezembro, o promotor Saad
Mazloum diz que houve direcionamento à OAS, que a empreiteira foi autorizada a iniciar
a obra com um acerto verbal,
que nem havia projeto e que o
valor original previsto dobrou.
Em nota, a assessoria de
Marta disse que "obras contratadas em caráter de emergência se deram pela preservação
de vidas, prevenção e diminuição de danos das chuvas".
O inquérito foi aberto após
representação encaminhada
pelo TCM (Tribunal de Contas
do Município), que condenou o
contrato e pediu investigação.
Entre outras supostas irregularidades, o TCM constatou
que havia superfaturamento de
até 75% no preço pago pela remoção da terra escavada para o
piscinão. O tribunal chegou a
essa conclusão ao comparar as
planilhas da obra com as cotações que são feitas pela própria
Secretaria de Obras para estimar custos de serviços.
Ainda segundo a ação, a OAS
trabalhou por seis meses, a partir de abril de 2002, só com
acerto verbal. Os termos do
contrato foram colocados no
papel apenas em outubro.
A decisão de construir o piscinão ocorreu após enchentes
na região do córrego Aricanduva em fevereiro de 2002. Marta
baixou decreto permitindo a
dispensa da licitação.
O contrato foi feito apesar de
não haver sequer o projeto básico, um detalhamento da obra
que é obrigatório mesmo quando não há licitação.
Sem o projeto básico, prossegue o promotor, não havia como aferir exatamente quanto
custaria a obra. Por isso, o valor
previsto originalmente era de
R$ 16 milhões, mas dobrou.
Para o promotor, há mais um
indício de que a OAS já havia sido previamente escolhida porque dois fatos ocorreram em
um mesmo dia, 19 de abril.
Naquela data, a empreiteira
encaminhou um ofício à prefeitura em que informava ter
equipamento e pessoal disponível para iniciar a construção.
No mesmo dia, foi aberto o processo para o início das obras.
R$ 4,6 mi
é o valor que o Ministério Público de
São Paulo quer que a ex-prefeita
Marta Suplicy (PT) devolva aos cofres públicos por conta de irregularidades na construção de um piscinão
na zona sul em 2002
75%
foi o superfaturamento constatado
pelo Tribunal de Contas do Município
no preço pago pela remoção de terra
escavada para a obra
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