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Bando usa granada em arrastão na Mooca
Alvo eram 3 empresários árabes que moram no local; foi o 51º arrastão do ano no Estado e o 37º na cidade
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
Moradores de um condomínio de classe média no Alto da
Mooca (zona leste) ficaram cerca de três horas sob a mira de
pistolas, revólveres e submetralhadoras durante um arrastão na manhã de ontem. Uma
vítima contou à Polícia Militar
que um assaltante chegou a
ameaçá-los com uma granada.
No total, 18 pessoas foram
roubadas por um grupo que, segundo a Polícia Civil, tinha de
oito a dez bandidos. Esse foi o
51º assalto a condomínios neste ano no Estado -o 37º na capital. Até a conclusão desta edição, ninguém havia sido preso.
Antes de sair do prédio, o
bando trancou os moradores
no salão de festas, quebrou um
computador e roubou o disco
rígido de outra máquina, que
armazenava as imagens do circuito interno de TV do imóvel.
Ninguém foi ferido.
Dos 56 apartamentos, quatro
foram assaltados. As demais vítimas foram abordadas no térreo ou no subsolo do prédio enquanto saíam para trabalhar ou
chegavam da rua.
A ação começou por volta das
6h, durante a troca de turno
dos porteiros. Oito homens entraram na garagem do prédio
em dois carros. Após render os
porteiros, os criminosos se posicionaram na saída dos elevadores do térreo e do subsolo.
Segundo a polícia, os ladrões
queriam roubar três empresários de origem árabe (donos de
uma pousada e de lojas no Bom
Retiro) que moram no prédio.
Entretanto, os bandidos não
sabiam qual era o número dos
apartamentos deles. Por isso,
abordaram outros moradores.
Segundo o delegado Ricardo
Salvatores, titular do 57º DP, o
grupo se comunicava com outras pessoas do lado de fora do
imóvel por celulares e rádios. O
bando fugiu do prédio às 9h30.
Solução
De acordo com o Deic (departamento que investiga o crime organizado), dos 51 arrastões que ocorreram neste ano
no Estado, oito foram esclarecidos, todos na capital.
O delegado Waldomiro Milanesi, do Deic, diz que a quantidade de casos solucionados subiu após a criação, em agosto,
de uma delegacia para investigar roubos a condomínios. Antes, um a cada sete crimes era
esclarecido. Agora, a média é de
um a cada quatro.
A Secretaria da Segurança
Pública informou não ter dados
específicos sobre o número de
assaltos a condomínios no ano
passado. A tipificação desse crime só ocorreu neste ano, depois que o titular da pasta, Antonio Ferreira Pinto, instituiu
um programa específico.
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