São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

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Estudante diz que seu pai foi morto

DA REPORTAGEM LOCAL

O estudante Anderson Alfredo Alves de Barros, 20, tem certeza de que o pai, o vigilante José Ventura de Barros, 62, foi assassinado. Mas, quando soube que a Polícia Civil registrou o caso como morte a esclarecer, ficou surpreso. "Ele foi baleado em serviço, ficou internado vários dias no hospital e morreu", disse.
José Ventura de Barros trabalhava como vigilante havia 40 anos. No dia 19 de setembro de 2004, no centro de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, foi baleado por um rapaz que dirigia uma moto. No mesmo dia, no 1º DP da cidade foi registrado o boletim de ocorrência 10260/ 2004, de tentativa de homicídio.
O vigilante morreu 46 dias depois e a Polícia Civil registrou o caso como morte a esclarecer no BO 11797/2004, no 1º DP de Santo André, em 6 de novembro.
"Eu não acho certo que o criminoso fique impune como se nada tivesse acontecido", disse a dona-de-casa Maria Alves da Silva, 48, mulher do vigilante.
Os familiares investigaram o crime por conta própria e descobriram quem seria o suposto assassino. "Ele está no Nordeste", disse Anderson.
Em nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública diz que "a vítima sofreu tentativa de homicídio" e que o caso está sendo investigado no inquérito 1629/2004. "Portanto não houve maquiagem de dado." O 1º DP de Santo André registrou como morte a esclarecer "porque, se o registro fosse de homicídio, teríamos duplicidade de informação para efeito de estatística e investigação, um de tentativa e um de homicídio", diz a nota.


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