São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

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PARAGUAI

Suspeitos são oficiais paraguaios; um dos detidos confessou o crime

Presos acusados de matar brasileiros

SILVIO NAVARRO
DA AGÊNCIA FOLHA

A polícia paraguaia prendeu ontem três oficiais acusados de matarem o comerciante brasileiro Antonio Aparecido Dantas, 53, seu filho, Aparecido Dantas Filho, 23, e o motorista deles, um paraguaio, que conduzia o caminhão no qual transportavam couro.
Um outro policial, também acusado de envolvimento nas mortes, estava foragido até ontem.
A polícia paraguaia abriu inquérito para apurar o caso, mas um dos oficiais detidos confessou o triplo homicídio e citou o envolvimento dos demais acusados.
Os comerciantes teriam sido abordados em um falso bloqueio policial na região de Horqueta (a 180 km da fronteira com o Mato Grosso do Sul), seqüestrados e assassinados a tiros, em seguida.
Os corpos dos dois brasileiros e do paraguaio estavam desaparecidos havia oito dias e foram encontrados anteontem, na região de Capitán Bado, a cerca de 100 km do suposto local da abordagem policial. Os corpos estavam às margens de uma rodovia semi-encobertos com areia.
Os brasileiros viviam em Assunção, capital do Paraguai, onde trabalhavam com revenda de couro. O motorista paraguaio Sílvio Espínola, 40, havia sido contratado pelos comerciantes. A polícia investiga a hipótese de um "acerto de contas" porque a família de um dos oficiais acusados dos crimes trabalha no mesmo ramo, em Assunção.
O desaparecimento dos três foi informado à polícia pela mulher de Aparecido, Vânia Dantas, e pela família do motorista paraguaio. Segundo ela relatou à polícia, o marido foi a Horqueta comprar couro e retornaria a Assunção com uma carga avaliada em R$ 200 mil. A última vez que Vânia Dantas falou com o marido, segundo ela disse à polícia, foi na tarde do dia 8 deste mês.
O caminhão foi abandonado a cerca de 150 km de Horqueta.
A polícia paraguaia ainda apura os motivos dos assassinatos e quem seria o mandante. Se condenados, os oficiais podem cumprir pena de até 25 anos de prisão.


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