São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

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Artista americano cria trio elétrico na BA

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Depois de quase três décadas sendo puxado por caminhões, o trio elétrico vai ganhar uma inovação no Carnaval de Salvador. Na madrugada da próxima segunda-feira, dois artistas americanos -Matthew Barney, marido da cantora Björk, e Arto Lindsay- levam para as ruas da Barra (centro) um novo conceito arquitetônico para a estrutura que arrasta milhares de foliões.
O design foi inspirado em uma imagem de árvore. À frente, um trator, coberto de lama. Um pouco atrás, uma figura foi colocada em cima da árvore para simbolizar Julia Butterfly Hill, ativista ecológica que permaneceu dois anos (97/99) morando no topo de uma árvore antiga para evitar o desmatamento em uma área da Califórnia.
"Posso tomar vaia, posso ser aplaudido, não sei o que vai acontecer", disse o artista plástico Matthew Barney, que recentemente concluiu o seu projeto "Cremaster Cycke" (cinco filmes, escultura, fotografia e desenho), que deve chegar aos cinemas brasileiros até o final do ano.
Segundo o músico Arto Lindsay, autor da maioria das músicas que compõem a trilha sonora do trio, o projeto foi inspirado no próprio Carnaval da Bahia. "Aqui (em Salvador) as pessoas são colocadas frente a frente com fortes contrastes sociais e com crescentes paradigmas." Lindsay já produziu discos de Caetano Veloso, Marisa Monte, Gal Costa e Carlinhos Brown, entre outros.
A trilha sonora da "novidade ambulante" também será diferente. "Vamos apresentar músicas de blocos afros, sambas populares e canções de rock", disse Barney.
Segundo o artista plástico, a performance ao vivo "requer mais visibilidade". "O Carnaval da Bahia é uma festa popular. Então, vamos incorporar as suas qualidades no projeto", disse Barney, que pretende fazer um documentário sobre a apresentação.
Segundo os organizadores, mil convidados vão participar do desfile do bloco. "Queremos causar impacto", disse o coordenador do Cortejo Afro, entidade que será puxada pelo trio, Alberto Pita.


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