São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

Sabesp critica avaliação isolada

DA REPORTAGEM LOCAL

Embora não conteste as projeções feitas pelo Instituto Socioambiental (ISA), o gerente de controle de abastecimento da Sabesp, Amauri Pollachi, afirma que a entidade comete um erro ao fazê-las: só considera o Cantareira e se esquece de avaliar os outros sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo.
Pollachi diz que a redução da produção de água no Cantareira, feita em 2001 -quando a retirada média foi de 30,3 mil litros de água por segundo (o normal seria produzir cerca de 33 mil litros por segundo)-, não foi mantida porque ele se recuperou em 2002, com produção média anual de 32 mil litros por segundo, e "nada indicava que passaria por crise".
O gerente da Sabesp afirma ainda que, no fim de 2001 e início de 2002, o Cantareira precisou ajudar os sistemas Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Grande, que passaram por dificuldades -os dois últimos enfrentaram problemas com o excesso de algas e precisaram ter a produção diminuída.
O gerente não tinha dados de quanto o Cantareira mandou para os demais sistemas -o Rio Grande teve uma redução de 1.200 litros por segundo durante algumas semanas.
Mesmo com a situação ainda crítica, a Sabesp praticamente descarta racionar a água do sistema Cantareira neste mês e ainda tem esperanças de que chova aproximadamente 20% a mais do que a média histórica até o final de março para evitar o rodízio.
Se esse volume de chuva acima da média acontecer, o sistema entrará em abril com 25% a 30% de sua capacidade. Mas, caso as chuvas de fevereiro não atinjam a marca esperada, a "briga" estará praticamente perdida.
Desde janeiro, a empresa está com campanhas publicitárias de uso racional de água e começou, no fim de semana, a distribuir panfletos, mas ainda não sabe o efeito desse investimento no consumo. No ano passado, houve redução de cerca de 10% no consumo por domicílio, mas Pollachi diz que, sem gerar desconforto, é possível diminuir outros 10%.
Talvez isso seja mais fácil do que contar com uma chuva que teria de ser "uma anomalia" para encher o sistema Cantareira, segundo Augusto José Pereira Filho, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. (MV)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Chuvas: Marabá tem situação de emergência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.