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OUTRO LADO
Sabesp critica avaliação isolada
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora não conteste as projeções feitas pelo Instituto Socioambiental (ISA), o gerente de
controle de abastecimento da Sabesp, Amauri Pollachi, afirma que
a entidade comete um erro ao fazê-las: só considera o Cantareira e
se esquece de avaliar os outros sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo.
Pollachi diz que a redução da
produção de água no Cantareira,
feita em 2001 -quando a retirada
média foi de 30,3 mil litros de
água por segundo (o normal seria
produzir cerca de 33 mil litros por
segundo)-, não foi mantida porque ele se recuperou em 2002,
com produção média anual de 32
mil litros por segundo, e "nada indicava que passaria por crise".
O gerente da Sabesp afirma ainda que, no fim de 2001 e início de
2002, o Cantareira precisou ajudar os sistemas Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Grande, que passaram por dificuldades -os dois
últimos enfrentaram problemas
com o excesso de algas e precisaram ter a produção diminuída.
O gerente não tinha dados de
quanto o Cantareira mandou para os demais sistemas -o Rio
Grande teve uma redução de
1.200 litros por segundo durante
algumas semanas.
Mesmo com a situação ainda
crítica, a Sabesp praticamente
descarta racionar a água do sistema Cantareira neste mês e ainda
tem esperanças de que chova
aproximadamente 20% a mais do
que a média histórica até o final de
março para evitar o rodízio.
Se esse volume de chuva acima
da média acontecer, o sistema entrará em abril com 25% a 30% de
sua capacidade. Mas, caso as chuvas de fevereiro não atinjam a
marca esperada, a "briga" estará
praticamente perdida.
Desde janeiro, a empresa está
com campanhas publicitárias de
uso racional de água e começou,
no fim de semana, a distribuir
panfletos, mas ainda não sabe o
efeito desse investimento no consumo. No ano passado, houve redução de cerca de 10% no consumo por domicílio, mas Pollachi
diz que, sem gerar desconforto, é
possível diminuir outros 10%.
Talvez isso seja mais fácil do que
contar com uma chuva que teria
de ser "uma anomalia" para encher o sistema Cantareira, segundo Augusto José Pereira Filho,
professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.
(MV)
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