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No Rio, polícia prende acusado de comandar ataque
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio prendeu ontem
o traficante Claudecy de Oliveira,
26, o Noquinha, um dos criminosos mais procurados do Estado.
Segundo a PM (Polícia Militar),
ele é o principal suspeito de ter ordenado o ataque a um microônibus da corporação, na noite de
domingo, que deixou três PMs
mortos e outros nove feridos. Em
uma semana, sete policiais foram
assassinados no Rio.
Ligado à facção criminosa ADA
(Amigo dos Amigos) e ex-chefe
do tráfico no morro do Dendê
(Ilha do Governador, zona norte),
Noquinha foi preso no início da
tarde em uma casa na favela Vila
do Pinheiro, no complexo da Maré (zona norte). A polícia tinha informações de que ele se escondia
ali havia pelo menos um mês.
O traficante negou participação
na ação. Quatro dos PMs feridos
permanecem internados. Segundo o comandante do 22º Batalhão
(complexo da Maré), tenente-coronel Álvaro Garcia, o ataque foi
realizado a mando de Noquinha
por traficantes do morro da Lagartixa, em Costa Barros (zona
norte), dominado pela ADA.
O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Anthony
Garotinho, disse acreditar que a
ação foi premeditada e que os traficantes prepararam uma emboscada para os policiais.
Segundo ele, uma perícia indica
que balas atingiram o teto do ônibus, o que indicaria que os traficantes esperavam a passagem do
veículo em uma passarela.
Garotinho informou que a polícia também investiga se o traficante Alberico de Medeiros, o Derico, pode ter sido o autor da ação.
Ele é vinculado ao TCP (Terceiro
Comando Puro), rival da ADA.
O microônibus atacado trazia
cerca de 20 PMs que atuaram na
segurança do Maracanã na partida entre Flamengo e Vasco. O veículo foi alvejado quando passava
pela avenida Brasil, altura de Irajá
(zona norte).
Segundo a Polícia Civil, depoimentos de policiais presentes no
ônibus indicam que o ataque foi
praticado por homens armados
em pelo menos dois carros. Os
PMs não reagiram. O motorista
do ônibus foi baleado na perna
mas pôde levar o veículo até a um
posto policial, onde os feridos receberam os primeiros socorros.
Os PMs mortos, todos sargentos, foram identificados como
Erivelte de Souza Oliveira, 39, Josemar Ramalho, 38, e Roberto Lúcio Santana, 39. O sargento Paulo
Francisco Reis, baleado no tórax,
está internado em estado grave no
hospital da corporação.
Por ordem de Garotinho, 370
policiais ocuparam cinco favelas
dominadas pela ADA e TCP para
procurar suspeitos.
Em menos de um ano, este foi o
segundo microônibus da PM a ser
atacado por traficantes no Rio.
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