São Paulo, quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010 |
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Fim do jejum De virada, Rosas de Ouro vence após 16 anos
Escola da zona norte marcou o fim da primeira noite de desfiles ao perfumar o sambódromo com aroma de chocolate
MARIANA BARROS DA REPORTAGEM LOCAL A apenas alguns minutos do fim da apuração, a Rosas de Ouro ultrapassou a Mocidade Alegre -que se manteve na dianteira durante boa parte da contagem- e se consagrou campeã do Carnaval pela 7ª vez. A virada ocorreu na divulgação do último quesito -comissão de frente- e a diferença entre primeira e segunda foi de apenas 0,25 ponto. A vitória foi embalada pelo enredo "O Cacau Chegou". A escola perfumou o Anhembi com aroma de chocolate para quebrar um jejum de 16 anos. Na comemoração do título, o cheiro de chocolate, no entanto, foi substituído pelo de gás lacrimogêneo. Ao intervir numa briga do lado de fora da quadra da escola, na zona norte, por volta de 22h, a PM disparou vários projeteis com o gás. A fumaça invadiu o local, onde 5.000 pessoas comemoravam o título. Houve corre-corre, mas ninguém se feriu gravemente. Após o tumulto, muitas pessoas tiveram de ser atendidas por ambulâncias por causa de irritações causadas pelo gás. Três delas foram encaminhadas para o hospital. A festa da campeã teve de acabar por ali. Sem marketing Antes dos desfiles, a Rosas de Ouro teve de mudar o nome de seu enredo "cacau é show" para "cacau chegou" -a agremiação é apoiada pela marca de chocolates Cacau Show. Segundo o presidente da escola, a mudança ocorreu por pressão da Rede Globo, que transmite os desfiles. A Folha não conseguiu contato com a emissora ontem para comentar o caso. Vice-campeã, a Mocidade empolgou o público e foi considerada até quase o fim da apuração a favorita ao bicampeonato. Vai-Vai ficou em terceiro; Leandro de Itaquera e Imperador do Ipiranga -uma das escolas mais atingidas pelas chuvas do início do ano- foram rebaixadas para o Grupo de Acesso. Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche voltam ao Grupo Especial em 2011. A apuração ocorreu sob sol forte e clima tenso. Concentrados na arquibancada superior, torcedores da Gaviões da Fiel se revoltaram contra as notas e atiraram garrafas, copos plásticos e chinelos nas demais torcidas e na área em que estavam jurados e diretores. Integrantes da Gaviões que estavam na área restrita também atiraram mesas e cadeiras. Cerca de 800 policiais, incluindo a Tropa de Choque, tentavam conter a agitação. Ao deixar o Anhembi, integrantes da Gaviões chegaram a fechar parte da marginal Tietê -que foi liberada em seguida. Um repórter da rádio Capital foi atingido na cabeça e uma criança também se machucou. A Gaviões ficou em quinto, atrás da Mancha Verde. LEIA MAIS SOBRE O CARNAVAL NA COLUNA MÔNICA BERGAMO Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: Ver para ler Índice |
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