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Fundação recontrata agentes vetados pelo Ministério Público por agressão
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Febem (Fundação Estadual
do Bem-Estar do Menor) de São
Paulo desconsiderou a lista de
funcionários problemáticos elaborada pelo Ministério Público e
readmitiu ontem agentes apontados como agressores para cargos
de chefia na instituição.
Em um projeto de reformulação
que prega a retirada dos funcionários acusados de tortura e espancamento, a própria Febem encaminhou uma lista de recontratações para os promotores de Justiça e prometeu excluir os nomes
citados como agressores em apurações feitas pelo Ministério Público de São Paulo.
O aval da Promotoria daria credibilidade às recontratações, segundo a própria Febem.
A admissão de funcionários pela fundação, publicada no "Diário
Oficial" do Estado ontem, mostrou que essa promessa não está
sendo cumprida.
Três dos admitidos tinham sido
vetados pela Promotoria da Infância e Juventude de São Paulo
porque eram citados como agressores por internos. Mesmo assim,
foram admitidos para cargos de
coordenador de equipe.
No mês passado, a Febem demitiu 1.751 monitores em quatro
complexos -foram substituídos
por educadores sociais e agentes
de segurança. O anúncio das demissões acirrou a crise na instituição. Foram 17 rebeliões desde o
começo do ano.
Dias depois do anúncio das demissões, a instituição anunciou
que recontrataria cerca de 380 deles. Esse grupo foi formado a partir das indicações de diretores,
que teriam apontado nomes sem
antecedentes de agressões.
A Folha publicou que dos recontratados pelos dois são réus
em processos criminais que apuram tortura na instituição. Um
caso foi revelado ontem e o outro,
no mês passado.
Um dos funcionários é réu desde 2001 e outro, desde 2003, mas a
Febem alegou não saber desses
processos criminais.
A Promotoria da Infância e Juventude de São Paulo já tinha
apontado problemas em 35 nomes em uma primeira lista de 163.
A Febem, porém, tinha se comprometido a excluir esses nomes
das recontratações.
Apesar de problemas anteriores, essa foi a primeira vez que nomes vetados pela Promotoria estão entre os recontratados pela
Febem. "É lamentável que isso tenha acontecido. Estávamos tentando colaborar", disse a promotora de Justiça Sueli Riviera. A
fundação admitiu a falha.
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