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ROTA DE FUGA
Libanesa tem prisão decretada pelo Supremo
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O STF (Supremo Tribunal Federal) deu o primeiro passo para a
extradição da economista libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39,
presa desde domingo em São
Paulo. O Itamaraty recebeu anteontem da embaixada do Líbano
o pedido de prisão preventiva de
Koleilat. No mesmo dia, o ministro Eros Grau, do STF, determinou sua reclusão até que o pedido
de extradição seja julgado.
Segundo o Itamaraty, o governo
libanês tem 60 dias para apresentar a solicitação. Somente depois
de recebê-lo, o Ministério da Justiça poderá dar início aos trâmites. O governo brasileiro informou que pretende colaborar para
que a extradição seja autorizada.
Koleilat vai permanecer presa
enquanto são executados os trâmites legais. Ela foi presa domingo, num hotel na zona norte de
São Paulo, por crime de corrupção ativa por policiais da Delegacia Seccional de Itaquera (zona
leste), acusada de tentar suborná-los. Teria oferecido US$ 200 mil a
eles para não ser detida.
Koleilat responde a processo no
Líbano pela suposta participação
em uma fraude de US$ 1,2 bilhão,
que levou à falência o Banco Al
Madina. Há suspeitas de que o dinheiro tenha financiado o atentado que matou o ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri (1992-98 e 2000-2004), em 2005.
Na tarde de ontem, a juíza Luciana Leal Junqueira Vieira, do
Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), órgão do Tribunal
de Justiça de São Paulo, negou o
pedido de relaxamento da prisão
pela acusação de corrupção ativa.
Na argumentação, a juíza afirmou que Koleilat não tem residência ou emprego fixo no Brasil,
além de encontrar-se em situação
irregular no país.
Segundo Victor Mauad, advogado da libanesa, ela ficou "transtornada" ao saber da decisão do
STF e da Justiça paulista. Transferida no início da semana para o
89º DP, no Portal do Morumbi
(zona sul), Koleilat tentou suicídio cortando o pulso. Foi medicada e continuou em reclusão.
Chanceler
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Fawzi Salloukh,
afirmou ontem à Folha que não
há evidência confirmada de que
Koleilat tenha envolvimento com
a morte do premiê Hariri.
"É preciso que ela volte para que
haja uma investigação, para que a
Justiça verifique se existe ligação
ou não. Por enquanto, podemos
dizer apenas que ela participou de
lavagem de dinheiro e de outras
fraudes bancárias", disse. Tanto a
Justiça libanesa como uma comissão internacional independente
(UNIIIC) estabelecida pela ONU
investigam o atentado.
Durante a entrevista, o chanceler insistiu várias vezes nos crimes
de lavagem de dinheiro. É por esse crime, e não pelo suposto envolvimento na morte de Hariri,
que Koleilat é conhecida no Líbano desde 2003 -quando o golpe
no Banco Al Madina foi descoberto- segundo o jornalista libanês
Raed El Rafei, que cobre o caso
para o "Daily Star", diário em língua inglesa publicado em Beirute.
Colaborou Gustavo Chacra
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