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VIOLÊNCIA
Polícia nega onda de crimes em que assassinos incendeiam carros com vítimas
Em 1 mês, 13 corpos foram queimados
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 13 pessoas foram
mortas e tiveram seus corpos incendiados pelos assassinos em
menos de um mês, em sete crimes
diferentes, na capital paulista e em
cidades da região metropolitana.
As vítimas foram encontradas
carbonizadas em carros abandonados na rua. Algumas tinham as
mãos amarradas ou algemadas.
A polícia nega a relação entre os
crimes e também descarta uma
onda de assassinatos com características de crueldade -antes de
serem incendiadas, as vítimas levaram vários tiros ou facadas.
Mas admite, porém, que a concentração de casos em poucos
dias foge da rotina e que o objetivo dos criminosos ao incendiar os
carros com as vítimas é dificultar
o trabalho de investigação.
Os casos ainda não foram esclarecidos. Para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção
à Pessoa), as vítimas têm quase
sempre o mesmo perfil: a maioria
tinha passagem pela polícia e foi
morta em um acerto de contas entre quadrilhas, geralmente envolvidas com o tráfico de drogas.
Os sete crimes -entre eles,
duas chacinas- ocorreram em
locais diferentes: um na zona norte, dois na zona sul e dois na zona
leste de São Paulo, um em Suzano
e outro em Itaquaquecetuba, municípios da Grande São Paulo.
O primeiro caso ocorreu no dia
20 de fevereiro, quando um corpo
foi encontrado no porta-malas de
um carro incendiado na marginal
Tietê, no Parque Novo Mundo, na
zona norte da capital.
O último registro ocorreu na
noite de anteontem, na zona leste.
O corpo de um homem, com as
mãos amarradas para trás, foi encontrado em um carro incendiado na Cidade A. E. Carvalho. Moradores afirmaram terem ouvido
tiros antes de encontrarem o veículo em chamas.
O maior número de mortos em
um único crime ocorreu no último dia 5, quando cinco corpos foram encontrados em um carro incendiado no Parque Cocaia, na
região do Grajaú, zona sul. Foi a
primeira chacina na capital paulista nos últimos três anos em que
as vítimas tiveram os corpos encontrados em um veículo incendiado. As mortes teriam sido causadas por uma disputa por pontos-de-venda de droga.
"Os criminosos estão vendo
muito filme americano. E pensam
que, no Brasil, a polícia não vai
chegar aos autores do crime se o
carro for incendiado. Pode demorar mais tempo, mas vamos chegar ao mesmo resultado", afirmou o delegado Márcio Souza e
Silva Dutra, chefe interino da divisão de homicídios do DHPP.
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