|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
R$ 1 bi a mais para educação é pouco, diz ex-ministro
Buarque faz críticas a projeto; Paulo Renato quer saber como será feita implementação
MEC trabalha com a meta
de ter, até o final de abril, quase todos os projetos
do plano de educação
ao menos inicializados
ANTÔNIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Apesar de analisarem positivamente o Plano de Desenvolvimento da Educação, anunciado anteontem para educadores
no Palácio do Planalto, os ex-ministros da Educação Paulo
Renato Souza e Cristovam
Buarque não deixaram de criticar alguns pontos do projeto.
As maiores queixas são de Cristovam, para quem as medidas
serão insuficientes.
"Nada do que foi anunciado é
ruim, mas é absolutamente insuficiente para mudar o quadro
da educação. O recurso adicional de R$ 1 bilhão, por exemplo,
é muito pouco. Hoje, o poder
público já gasta R$ 60 bilhões
com a educação por ano. Com o
pacote, vai gastar R$ 61 bilhões", diz Cristovam, demitido
por Lula em 2004 e hoje senador pelo PDT.
Paulo Renato, ministro durante todo o governo FHC e hoje deputado federal pelo PSDB,
diz que o governo finalmente
fez um plano para a educação, o
que não "houve nos primeiros
quatro anos". Para ele, o importante agora é saber como serão
implementadas as medidas.
"O plano é uma declaração de
boas intenções. A pergunta
agora é como implementar. De
qualquer jeito, considero positivo que o governo tenha feito
um plano porque agora ao menos teremos um rumo e algo a
cobrar. Nos últimos quatro
anos, houve alternância muito
grande das prioridades", diz.
Início em abril
O Ministério da Educação
trabalha com a meta de ter, até
o fim de abril, quase todos os
projetos do Plano de Desenvolvimento da Educação implementados ou iniciados.
Isso será possível especialmente para as propostas que
dependem apenas do MEC, como a criação de indicadores para avaliar municípios ou a realização de um censo escolar por
aluno. Também deve sair do
papel já neste ano o programa
de investimentos nos municípios com piores indicadores.
Os recursos para o investimento nas piores cidades, de
acordo com o MEC, já estão garantidos: são R$ 500 milhões
que, até o final do ano, poderão
aumentar para R$ 1 bilhão.
Também já deve ser implementada neste ano a realização
do Censo Escolar por aluno.
Hoje, as informações são coletadas via diretores de escolas,
mas não há informações específicas por aluno. A idéia é, já
neste ano, começar a coletar
dados de cada estudante.
Não se espera, no entanto, a
mesma agilidade na implementação de propostas que envolvem outras pastas da área social. É o caso da inclusão das escolas na área de atuação do programa de saúde da família -em
discussão com o Ministério da
Saúde- e a ampliação do Bolsa
Família para a faixa até 17 anos
com pagamento de um bônus
por bom desempenho escolar
-em discussão com Fazenda e
Desenvolvimento Social.
Outro projeto que mereceu
destaque, o exame nacional de
alfabetização de crianças até oito anos, dificilmente virará realidade neste ano. Isso porque o
ministério ainda discute como
serão aplicadas as provas.
Texto Anterior: Bateau Mouche: 5 famílias de vítimas serão indenizadas Próximo Texto: Secretário diz que há mais 26 escolas em situação precária Índice
|