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Mestre Louro e o Carnaval do Salgueiro
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Era Salgueiro doente do
coração", o menino nascido
no morro que cresceu batucando em família e ganhou
fama como Mestre Louro
-35 carnavais colecionando
prêmios à frente da bateria.
O pai, Iracy Serra, foi compositor e um dos fundadores
do Salgueiro. A mãe desfilava
na ala das baianas; o irmão
Chiquinho esteve, ao lado de
Mussum, no grupo Originais
do Samba; e o outro, Almir
Guineto, é hoje um dos reis
do pagode do Rio.
Foi lá no número 57 da rua
Junquilhos, no morro do Salgueiro, no Rio -no miolo da
escola vermelho e branca-,
que Lourival de Souza Serra
nasceu e "teve uma infância
feliz, de futebol, tocando
banjo e violão".
Começou na bateria do
Salgueiro aos 24 anos e não
esquecia dos grandes carnavais, como o de 1993, que gravou na memória do Brasil os
versos ""explode coração, na
maior felicidade. É lindo o
meu Salgueiro, contagiando
e sacudindo esta cidade".
Após ser afastado da escola, em 2003 -"uma injustiça
que o matou mais rápido",
diz Guineto-, o mestre pensou em se afastar do carnaval, mas aceitou o convite da
escola Caprichosos de Pilares, até 2005. Há dois anos
estava na Porto da Pedra.
Ao longo de 35 carnavais,
foram mais de 200 prêmios.
Mas foi com o Salgueiro que
ele levou o Estandarte de
Ouro como mestre de bateria
tantas vezes. No Carnaval
desse ano, passou mal na
avenida. Era um prenúncio.
Casado, tinha dois filhos e
três netos. Morreu na sexta,
aos 58, no Rio. Agora, diz o irmão, o céu está em festa, "regada a tamborins e cuícas".
obituario@folhasp.com.br
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