São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2010

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Espetáculo com música de Chiquinha Gonzaga deixa estação da Luz em silêncio

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Grupo faz apresentação inspirada na obra de Chiquinha Gonzaga, na estação da Luz (centro)

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com os acordes do piano, de repente faz-se o silêncio no saguão da estação da Luz, coisa pouco provável num dos terminais de trem mais movimentados de São Paulo.
Entra um violino, uma escaleta, a percussão e, em dois tempos, uma plateia curiosa e apressada, meio sem entender o que se passa, para e acompanha o espetáculo.
"Duas Memórias", apresentação de dança da Cia. Damas em Trânsito e os Bucaneiros, com música de Chiquinha Gonzaga (1847-1935), é uma das atrações culturais que têm ocupado estações de trem e metrô de São Paulo.
"Tem alguma coisa errada. Por que tanta gente parada? Não posso ficar muito tempo, mas é bonito. Devia ter todo dia", diz a comerciante Míriam Bicudo de Almeida, 52, que voltava para Caieiras (Grande SP). Na Luz, o espetáculo se repete nas duas próximas terças (23 e 30), às 15h.
Em meio às "primas" -como se referem umas às outras-, a "bela da tarde" Maira Araújo Brito, 32, oito na calçada da estação, fica animadíssima ao saber que os bailarinos dançam cantigas de Chiquinha. "Pensei que seria um forró, já ia cair dentro, mas é música clássica, só gosto de ritmo agitado", diz.
No improviso da coreografia, passageiros, mendigos e prostitutas -personagens do cotidiano da estação- são incorporados ao balé em que cada dançarino toca um instrumento. Até um vira-lata que rondava a plataforma entra na dança.
De repente, um grupo de crianças de uma excursão escolar chega, faz aquela bagunça, mistura-se à coreografia e a estação da Luz volta a ser o corre-corre que era.


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