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Satélite identifica 100 parques da Cantareira
Segundo o governo de SP, aparelho com maior precisão detectou 790 mil novos hectares de cobertura vegetal no Estado
Com a descoberta dessa área, Estado passou a ter 17,5% do seu território coberto por mata nativa; até 2002, número era de 13,9%
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um estudo detalhado, que
utilizou imagens de satélite
com um grau maior de precisão, revelou que o Estado de SP
tem uma cobertura de vegetação de 791 mil hectares maior
do que se imaginava -algo como cem parques da serra da
Cantareira, na Grande SP.
A área equivale à soma de
todas as unidades de conservação do Estado. Os dados também apontam que, desde o início da década, foram recuperados 94,9 mil hectares de mata.
Com a descoberta dessa área,
o estudo conclui que SP tem 4,3
milhões de hectares cobertos
com vegetação, 17,5% do seu
território. Até o levantamento
anterior, com dados de 2001 e
2002, chegava-se a 13,9%.
A pesquisa completa, com informações detalhadas sobre cada região do Estado, será divulgada hoje à tarde pelo Instituto
Florestal, órgão ligado à Secretaria do Meio Ambiente. O projeto custou R$ 1,5 milhão.
Para melhorar a precisão das
informações, a secretaria passou a usar imagens do satélite
japonês ALOS, que conferiu
uma resolução quatro vezes superior à do sistema antigo.
Com isso, "surgiram" no Estado 184,5 mil fragmentos de
vegetação até então desconhecidos, que pontilharam o mapa
de pequenos pontos verdes.
O secretário Xico Graziano
(Meio Ambiente) diz que é cedo
para comemorar um aumento
real das áreas de mata, mas a
maior precisão vai permitir um
controle mais eficiente dos licenciamentos ambientais.
"Ainda não dá para dizer que
tenha aumentado a vegetação
nativa, porque são pequenos
fragmentos, mas está havendo
uma recuperação de áreas [degradadas], então houve uma recomposição efetiva", disse.
Também está prevista uma
atualização da leitura das imagens, o que vai apontar, por
exemplo, onde está ocorrendo
desmatamento, tanto os autorizados quanto os clandestinos.
O coordenador do projeto,
Marco Nalon, já adianta, porém, que há uma "pressão" de
desmatamento em regiões de
alta importância, como a da
serra da Cantareira, principal
mata da Grande São Paulo.
"Já podemos ver que a realidade é "menos pior" do que pensávamos. Tem ocorrido desmatamento, mas em uma taxa
bem menor", afirma o técnico.
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