São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Suspeito de matar Glauco isenta amigo

Carlos Eduardo Sundefld Nunes, 24, afirma que matou Glauco por "influências divinas" e deixou sozinho a cena do crime

Polícia desconfia do relato e pensa que Nunes pode estar tentando livrar Felipe de Oliveira Iasi, que contou a mesma versão ao depor

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
DO ENVIADO A FOZ DO IGUAÇU
COLABORAÇÃO PARA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
DA REPORTAGEM LOCAL

Em depoimento ontem, em Foz de Iguaçu (PR), Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, isentou o amigo Felipe de Oliveira Iasi de participação no assassinato do líder religioso e do cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho, Raoni, 25. O crime aconteceu por volta de 0h de sexta-feira.
A Folha apurou que, no depoimento ao delegado Archimedes Veras Júnior, o rapaz disse que foi embora sozinho da cena do crime.
Os policiais afirmaram que não acreditam na versão de Nunes e que suspeitam que ele quer apenas livrar o colega.
A reportagem apurou também que ele voltou a alegar "influências divinas" como motivo para o duplo homicídio.
A polícia já conseguiu dados do rastreador do veículo de Iasi e sabe o horário e as vias por onde ele passou momentos após o assassinato. Espera receber agora informações solicitadas à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), sobre eventuais registros fotográficos, e de empresas de telefonia celular, que podem ajudar a mapear por onde ambos passaram naquela noite, juntos ou separados, antes e depois das mortes de Glauco e Raoni.
Anteontem, a polícia havia adiantado que o indiciamento de Iasi era certo, faltando decidir apenas se seria por coautoria ou por favorecimento no crime. Agora, esse indiciamento pode ser revisto pela polícia.
Ontem, em entrevista à TV Globo, Iasi reafirmou que conduziu Nunes até a casa de Glauco sob ameaça de um revólver e que fugiu antes do crime. "Umas 10h eu acordei, entrei na internet e qual é a primeira coisa que eu vejo? Que os dois tinham morrido", disse.

Paraná
De acordo com o delegado Marcos Paulo Pimentel, da Polícia Federal do Paraná, Nunes afirmou que tentava fugir para o Paraguai porque procurava um local onde o crime tivesse menos repercussão.
O advogado do acusado, Gustavo Badaró, que acompanhava o cliente, não falou sobre o conteúdo do depoimento. Disse, porém, que o rapaz respondeu a todas as questões que lhe foram feitas.
Nunes está detido em Foz do Iguaçu desde a noite de domingo, quando tentou fugir para o Paraguai pela ponte da Amizade e atirou em um agente da Polícia Federal.
Ainda não há previsão de quando ele poderá retornar a São Paulo. (ROGÉRIO PAGNAN, ALEXANDRE PALMAR, GRACILIANO ROCHA e AFONSO BENITES)


Texto Anterior: Alagoas: Vaticano reconhece atos de pedofilia praticados por padres
Próximo Texto: Policial baleado em Foz diz que teve "muita sorte"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.