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Suspeito de matar Glauco isenta amigo
Carlos Eduardo Sundefld Nunes, 24, afirma que matou Glauco por "influências divinas" e deixou sozinho a cena do crime
Polícia desconfia do relato e
pensa que Nunes pode estar
tentando livrar Felipe de
Oliveira Iasi, que contou a
mesma versão ao depor
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
DO ENVIADO A FOZ DO IGUAÇU
COLABORAÇÃO PARA AGÊNCIA FOLHA,
EM FOZ DO IGUAÇU
DA REPORTAGEM LOCAL
Em depoimento ontem, em
Foz de Iguaçu (PR), Carlos
Eduardo Sundfeld Nunes, 24,
isentou o amigo Felipe de Oliveira Iasi de participação no assassinato do líder religioso e do
cartunista Glauco Vilas Boas,
53, e de seu filho, Raoni, 25. O
crime aconteceu por volta de
0h de sexta-feira.
A Folha apurou que, no depoimento ao delegado Archimedes Veras Júnior, o rapaz
disse que foi embora sozinho
da cena do crime.
Os policiais afirmaram que
não acreditam na versão de
Nunes e que suspeitam que ele
quer apenas livrar o colega.
A reportagem apurou também que ele voltou a alegar "influências divinas" como motivo para o duplo homicídio.
A polícia já conseguiu dados
do rastreador do veículo de Iasi
e sabe o horário e as vias por
onde ele passou momentos
após o assassinato. Espera receber agora informações solicitadas à CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego), sobre
eventuais registros fotográficos, e de empresas de telefonia
celular, que podem ajudar a
mapear por onde ambos passaram naquela noite, juntos ou
separados, antes e depois das
mortes de Glauco e Raoni.
Anteontem, a polícia havia
adiantado que o indiciamento
de Iasi era certo, faltando decidir apenas se seria por coautoria ou por favorecimento no
crime. Agora, esse indiciamento pode ser revisto pela polícia.
Ontem, em entrevista à TV
Globo, Iasi reafirmou que conduziu Nunes até a casa de Glauco sob ameaça de um revólver e
que fugiu antes do crime.
"Umas 10h eu acordei, entrei
na internet e qual é a primeira
coisa que eu vejo? Que os dois
tinham morrido", disse.
Paraná
De acordo com o delegado
Marcos Paulo Pimentel, da Polícia Federal do Paraná, Nunes
afirmou que tentava fugir para
o Paraguai porque procurava
um local onde o crime tivesse
menos repercussão.
O advogado do acusado, Gustavo Badaró, que acompanhava
o cliente, não falou sobre o conteúdo do depoimento. Disse,
porém, que o rapaz respondeu
a todas as questões que lhe foram feitas.
Nunes está detido em Foz do
Iguaçu desde a noite de domingo, quando tentou fugir para o
Paraguai pela ponte da Amizade e atirou em um agente da
Polícia Federal.
Ainda não há previsão de
quando ele poderá retornar a
São Paulo.
(ROGÉRIO PAGNAN, ALEXANDRE PALMAR, GRACILIANO
ROCHA e AFONSO BENITES)
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