São Paulo, terça, 17 de março de 1998

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Programas crescem 300%

da Reportagem Local

Os programas de substituição de drogas e redução de danos nos 15 países da União Européia aumentaram 300% entre 1993 e 1996. Hoje, 200 mil dos cerca de 1 milhão de dependentes de heroína desses países estão participando de programas de substituição.
A prática consiste em oferecer metadona aos dependentes que são cadastrados e passam a ter atenção médica e psicológica. A metadona é um opióide sintético que provoca os mesmos efeitos da heroína e que há uma década é empregada como "droga substituta" na Europa. A vantagem é que seu uso é controlado e a administração é oral, como um comprimido, enquanto a heroína é injetada. Mais de 50% dos usuários de injetáveis do sul da Europa estão infectados pelo HIV.
"O uso da metadona não elimina a dependência, mas reduz muito as consequências negativas da heroína, como o tráfico, a violência e a marginalidade", diz Georges Estievenart, diretor do Observatório Europeu de Drogas. O órgão é uma agência da União Européia e seu objetivo é, entre outros, incentivar políticas de redução de danos.
Segundo seus dados, os países da União Européia gastaram US$ 4 bilhões no combate e prevenção das drogas em 1996. Desse total, menos de 30% foram investidos em prevenção e programas de redução. O resto foi consumido em repressão e gastos judiciais.
Estievenart diz que o maior desafio da Europa não é mais heroína, mas as drogas sintéticas, tipo LSD e ectasy. "Qualquer pequeno laboratório é capaz de alterar substâncias e criar uma droga nova e fora do controle", diz. (AB)


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