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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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Secretaria deve refazer o traçado do trecho da serra da Cantareira

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para evitar o atraso no início das obras e um desgaste entre os ambientalistas, a Secretaria Estadual dos Transportes pode desmembrar o processo de licenciamento ambiental do rodoanel.
O trecho norte, que cortaria a serra da Cantareira, passando pela área de captação de água da Sabesp, na represa Paiva Castro, será reavaliado e, por enquanto, retirado do licenciamento.
Após realizar alguns estudos e participar das audiências públicas, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente levou à Secretaria dos Transportes o veredicto: como está, o traçado do trecho norte não tem viabilidade ambiental.
"Conversamos com a Dersa, que concordou em refazer o traçado do trecho norte. Vamos agora prosseguir com o licenciamento dos trechos sul e leste, que envolvem menos riscos ambientais", disse o secretário do Meio Ambiente, José Goldemberg.
"Vamos enviar um novo traçado do trecho norte, que passará por trás da serra da Cantareira, mas não vamos abandonar o projeto, apenas repensar a área norte", afirmou o secretário dos Transportes, Dario Rais Lopes.

Novos problemas
Porém um novo trajeto também esbarraria em questões ambientais e econômicas. O projeto atual para a área atravessa a serra da Cantareira e passa pela represa Paiva Castro.
Um traçado alternativo -cogitado para a região no ano passado- se distanciaria da represa, mas passaria pelo parque Juquery (área de preservação ambiental), além de continuar na área da serra e trazer um aumento de 6% no custo e de oito quilômetros na extensão do trecho de 47,9 km, o que deve torná-la pouco atraente para o tráfego.
Um outro trajeto possível, passando atrás da serra sem afetar a área de proteção ambiental, chegaria próximo à rodovia Dom Pedro 1º, que leva a Campinas.
Segundo engenheiros e técnicos da Dersa ouvidos pela reportagem da Folha no ano passado, a alternativa é inviável por não apresentar atratividade de tráfego, criando uma rodovia que não seria utilizada.
Além disso, o desmembramento das licenças pode entrar em conflito também com o Ministério Público Federal, que já havia defendido a realização do processo em conjunto e não em trechos separados.


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