São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2006

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OUTRO LADO

Políticos negam que assessores tenham pedido favorecimento

DA REPORTAGEM LOCAL

Os políticos cujos nomes foram citados pelo ex-funcionário da CET negam que assessores seus tenham feito ligações para pedir a anulação de multas de trânsito.
O vereador Abou Anni (PV) afirma que a autuação que sofreu, de forma indevida, foi apagada sem que ele nem seus assessores tenham solicitado a ninguém.
O suplente de vereador Ricardo Teixeira (PSDB), que trabalha na Secretaria Municipal das Subprefeituras na administração José Serra/Gilberto Kassab, disse que levou uma multa indevida no ano passado por transitar em uma área próxima ao vale do Anhangabaú, no centro da cidade.
O tucano disse que houve um erro pelo fato de ele ter uma autorização especial da CET para circular nesse local, por trabalhar no prédio da secretaria municipal.
Afirmou que repassou os dados para uma funcionária da pasta entrar com a defesa e que, por falta de tempo, não acompanhou o trâmite. Disse ainda que foi contatado diretamente pelo secretário dos Transportes, Frederico Bussinger, por conta da multa e explicou a situação.
"Não fiz nada de errado e também não acredito que ela [a funcionária] tenha ligado para alguém. Ele deve estar desesperado, atirando para todos os lados", disse Teixeira em relação às declarações de Hugo Carlos de Almeida, o ex-funcionário da CET. Teixeira alega que a anulação da multa seguiu os trâmites normais.
O nome de Bispo Atílio foi citado por telefone, de acordo com Almeida, por conta de uma multa que envolvia uma empregada da CET. O marido dela trabalhava na Câmara, no gabinete do vereador.
A assessoria do vereador Bispo Atílio foi contatada e informou que Valter Luiz Sguillaro, que elaborou um recurso deferido para uma multa levada por sua mulher, não trabalha mais no local.
Ela pediu para Sguillaro contatar a Folha para dar informações. Ele disse ter entrado com a defesa prévia por meio de um despachante, como qualquer cidadão, sem telefonar a ninguém.
Sguillaro disse que seu ex-chefe, Bispo Atílio, "não teve nada a ver com isso". "Querem denegrir a imagem do vereador. Fiz tudo da forma como a lei determina. Querem arrumar um bode expiatório", disse ele sobre o fato de a sindicância contestar a falta de documentos no recurso. Ele nega.
Procurada, a Secretaria dos Transportes não quis comentar as declarações de Almeida. (AI)


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