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Metrôs do país transportam só 11% da população
Índice só não é mais baixo por causa de SP, onde transporte atende 30% dos paulistanos
Presentes em 6 capitais, sistemas "colecionam" casos de ilegalidade, lentidão, falhas e disputas políticas, o que torna a maioria ineficiente
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Os poucos metrôs do país colecionam casos de ilegalidade,
lentidão, inoperância, erros e
conflitos políticos que tornam
a maioria deles ineficiente.
Todos, inclusive os que estão
em obras, têm ou tiveram problemas com órgão fiscalizador.
Nas seis capitais com metrô
em operação, são transportados por dia, em média, 11% da
população. O índice não é mais
baixo porque São Paulo puxa o
número para cima -atende a
30% dos paulistanos.
Belo Horizonte, que começou a construir seu metrô em
1983, transporta apenas 6,9%
da população. No Rio, a segunda capital mais populosa do
país, 8,9%. O menor índice é o
do metrô de Teresina, 1,6%.
Além das quatro cidades, têm
metrô Recife e Brasília.
Um único trem
Em Teresina, o metrô a diesel foi inaugurado em 1990 em
área pouco populosa. Transportava 6.000 pessoas por dia
até o mês passado, quando o
número dobrou com os novos
2,5 km de trilhos que finalmente levam ao centro. O sul, mais
populoso, permanece isolado.
Lá o metrô demora 55 minutos para percorrer 13 km e há
somente uma composição.
Em Fortaleza e Salvador, as
obras completaram dez anos,
mas nenhum passageiro foi
transportado. Os projetos já foram paralisados por falta de
verbas, auditorias do TCU (Tribunal de Contas da União) e
disputas políticas.
Uma investigação do Ministério Público Federal apontou
que a elevação desnecessária de
parte do traçado aumentou o
orçamento do metrô de Salvador em R$ 36 milhões.
Em Brasília, a CGU (Controladoria Geral da União) apontou a existência de sobrepreço,
o que significaria "prejuízo estimado em R$ 11,7 milhões".
Os metrôs do Rio e de Teresina foram incluídos recentemente pelo TCU na lista de
obras com "recomendação de
paralisação". No Rio, as suspeitas são " preços excessivos" e
"impropriedades na execução
orçamentária".
Em São Paulo, a última ocorrência é a ação apresentada à
Justiça pelo Ministério Público
que aponta a "omissão" da empresa como uma das principais
causas do acidente em obra de
Pinheiros (zona oeste).
Teria faltado fiscalização sobre as empresas contratadas. O
acidente atrasou a obra e matou sete pessoas.
Outro lado
A Secretaria de Transportes
do Rio disse que "as apurações
são referentes a 2002, no governo anterior", mas que o
atual atende aos pedidos do
TCU. Os metrôs de Salvador e
Fortaleza negaram as irregularidades apontadas pelo TCU.
O de Brasília contestou a
CGU: "Não houve superfaturamento". O Metrô-SP informou
que não se pronunciaria porque "não é citado em ação movida pelo Ministério Público".
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