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Idolatria a guerrilheiro rende lucro
DO ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA
O comércio ambulante que rodeou o Congresso da UNE aproveitou para lucrar com a idolatria
dos estudantes a Che Guevara.
Quase todas as barracas ofereciam broches, boinas ou camisas
do guerrilheiro argentino morto
na Bolívia em 1967, com preços
que variavam de R$ 5 a R$ 10. "É a
camisa que mais está saindo",
afirma o vendedor Francisco
Lambreta, 35.
Teve ainda vendedor que decidiu arriscar e trouxe também camisas do ídolo pop norte-americano Bon Jovi. "Já vendi umas
dez", afirmou, na sexta-feira, Luiz
Gonzaga, 34.
Outros eram ainda mais ousados e apostavam que conseguiriam vender uma edição usada do
livro Lanterna na Popa, do economista Roberto Campos, um dos
maiores defensores das privatizações e do liberalismo econômico
no Brasil. "Não saio de Goiânia
sem vendê-lo. Dois estudantes já
haviam me perguntado o preço",
afirmou Edgar Neto, 37.
O alto grau de conscientização
política dos estudantes não impediu que eles se divertissem ao som
do funk carioca, recheado de letras com forte apelo sexual.
Entre um grupo que dançava
forró e outro que dançava funk,
era possível encontrar barracas
das diversas tendências de esquerda, como o PCO (Partido da
Causa Operária), anarquistas, Liga Bolchevique Internacionalista
e até de defensores das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia), como o músico Javier
Lopez, 49, que vendia livros sobre
a história do movimento.
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