São Paulo, domingo, 17 de junho de 2001

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Idolatria a guerrilheiro rende lucro

DO ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA

O comércio ambulante que rodeou o Congresso da UNE aproveitou para lucrar com a idolatria dos estudantes a Che Guevara. Quase todas as barracas ofereciam broches, boinas ou camisas do guerrilheiro argentino morto na Bolívia em 1967, com preços que variavam de R$ 5 a R$ 10. "É a camisa que mais está saindo", afirma o vendedor Francisco Lambreta, 35.
Teve ainda vendedor que decidiu arriscar e trouxe também camisas do ídolo pop norte-americano Bon Jovi. "Já vendi umas dez", afirmou, na sexta-feira, Luiz Gonzaga, 34.
Outros eram ainda mais ousados e apostavam que conseguiriam vender uma edição usada do livro Lanterna na Popa, do economista Roberto Campos, um dos maiores defensores das privatizações e do liberalismo econômico no Brasil. "Não saio de Goiânia sem vendê-lo. Dois estudantes já haviam me perguntado o preço", afirmou Edgar Neto, 37.
O alto grau de conscientização política dos estudantes não impediu que eles se divertissem ao som do funk carioca, recheado de letras com forte apelo sexual.
Entre um grupo que dançava forró e outro que dançava funk, era possível encontrar barracas das diversas tendências de esquerda, como o PCO (Partido da Causa Operária), anarquistas, Liga Bolchevique Internacionalista e até de defensores das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), como o músico Javier Lopez, 49, que vendia livros sobre a história do movimento.



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