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EDUCAÇÃO
Pesquisa com 14 mil educadores de escolas particulares foi apresentada no 6º Educaids, encerrado ontem em SP
Falta de estímulo afeta 30% dos professores
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 30% dos professores
das escolas particulares sofrem da
síndrome de "burn out", termo
em inglês para designar "perda do
fogo" ou perda do envolvimento
com o trabalho. A pesquisa com
14 mil educadores de todo o país
foi apresentada neste final de semana durante o 6º Educaids, Encontro Nacional de Educadores
na Prevenção da Aids.
""Burn out" é um sofrimento
psicológico resultante do trabalho", diz Wanderley Codo, coordenador do Laboratório de Psicologia do Trabalho da Universidade de Brasília, que realizou a pesquisa. A síndrome atinge especialmente profissões que implicam relações afetivas e se caracteriza por exaustão emocional, despersonalização e baixo comprometimento com a função.
"O professor perde a capacidade de diferenciar os alunos e procura se envolver o mínimo", diz
Codo. "O "burn out" é uma desistência simbólica do trabalho. O
professor se sente exaurido, mas
não abandona a escola porque é
um apaixonado pelo que faz."
Os números da atual pesquisa
são semelhantes aos de outra, realizada três anos atrás com 52 mil
educadores da rede pública. Também são próximos de levantamentos feitos em vários países.
"Valorizar o educador é a única
forma de prevenir o "burn out'",
diz Codo. Como ensinar exige envolvimento afetivo, e como isso
provoca grande desgaste, o Estado e as escolas precisam oferecer
estrutura de apoio ao professor.
Aids 3
No encerramento do 6º Educaids, os participantes reivindicaram à Coordenação Nacional de
Aids a criação de uma equipe para
elaborar material preventivo destinado a crianças de três a oito
anos, e para os portadores de necessidades especiais, como deficientes auditivos e visuais.
Na plenária final, os educadores
também pediram a participação
da sociedade civil na elaboração
do Projeto Aids 3, que começa a
ser negociado com o Banco Mundial. O projeto define o financiamento das ações de prevenção e
combate à Aids para os próximos
anos em todo o país.
Em outra frente, a Apta -ONG
que organiza o Educaids- está
colocando na internet uma página com todas as instituições que
trabalham com Aids e educação.
"A intenção é estimular as iniciativas e facilitar a troca e experiências", diz Terezinha Reis Pinto,
coordenadora do Educaids.
Página da Apta: www.apta.org.br
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