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Santos deve descentralizar leitos
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
A DIR (Diretoria Regional da
Saúde) desenvolve um estudo, a
ser apresentado ao governo estadual e às prefeituras, para mostrar
que há necessidade de ampliar e
descentralizar os leitos de UTI
neonatal na Baixada Santista.
A decisão resultou de reunião
ocorrida na quinta-feira entre autoridades municipais e estaduais
da saúde e é uma das medidas
destinadas a reduzir a taxa de
mortalidade infantil da região, a
segunda maior do Estado de SP,
segundo a Fundação Seade.
O diretor regional da Saúde, José Ricardo Di Renzo, afirmou que
a proporção de 21,61 crianças
mortas por grupo de mil nascidas
vivas apurada pela Seade em 2002
aponta melhoria em comparação
com anos anteriores, mas ainda
reflete um acompanhamento pré-natal insuficiente.
"O resultado não é bom se comparado com outras regiões, mas,
em 1994, a taxa era de 35 por mil, a
pior de todas. Às vezes, um pré-natal bem-feito, com acompanhamento, identifica problemas
na mãe com antecedência e evita
que o feto tenha problemas."
Segundo Di Renzo, a escassez e
a concentração de leitos de UTI
(Unidade de Terapia Intensiva)
neonatal em Santos dificultam o
atendimento, em especial às gestantes das cidades do litoral sul
(Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe),
mais distantes e com taxas de
mortalidade infantil mais altas.
Dos nove municípios da região
metropolitana da Baixada, somente três (Santos, São Vicente e
Guarujá) têm leitos de terapia intensiva para recém-nascidos. No
total, são 46 para atendimento
público, a maioria em Santos.
Durante sete meses (entre julho
do ano passado e fevereiro deste
ano), a maternidade do Hospital
São José, o único que atende pelo
SUS (Sistema Único de Saúde) em
São Vicente, ficou fechada devido
à crise financeira da instituição.
Segundo o secretário municipal
da Saúde, Tomas Soderberg, das
12,7 mil crianças nascidas em
Santos no ano passado, 7.300
(57,5%) são filhas de pais residentes em outros municípios.
Na cidade, a maior do litoral
paulista, a taxa de mortalidade infantil é bem inferior à média da
Baixada Santista: 15,3 mortes para
cada mil crianças nascidas vivas
em 2002. O índice representa uma
queda em relação aos 33,9 de
1990, mas supera o de 2000, quando atingiu 14 por mil, a marca
mais baixa desde 1988.
As dificuldades de assistência
existem. No último final de semana, três grávidas chamaram a polícia para garantir atendimento
no Hospital e Maternidade Municipal Silvério Fontes. Segundo a
secretaria, elas não estavam em
trabalho de parto.
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