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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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Santos deve descentralizar leitos

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A DIR (Diretoria Regional da Saúde) desenvolve um estudo, a ser apresentado ao governo estadual e às prefeituras, para mostrar que há necessidade de ampliar e descentralizar os leitos de UTI neonatal na Baixada Santista.
A decisão resultou de reunião ocorrida na quinta-feira entre autoridades municipais e estaduais da saúde e é uma das medidas destinadas a reduzir a taxa de mortalidade infantil da região, a segunda maior do Estado de SP, segundo a Fundação Seade.
O diretor regional da Saúde, José Ricardo Di Renzo, afirmou que a proporção de 21,61 crianças mortas por grupo de mil nascidas vivas apurada pela Seade em 2002 aponta melhoria em comparação com anos anteriores, mas ainda reflete um acompanhamento pré-natal insuficiente.
"O resultado não é bom se comparado com outras regiões, mas, em 1994, a taxa era de 35 por mil, a pior de todas. Às vezes, um pré-natal bem-feito, com acompanhamento, identifica problemas na mãe com antecedência e evita que o feto tenha problemas."
Segundo Di Renzo, a escassez e a concentração de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal em Santos dificultam o atendimento, em especial às gestantes das cidades do litoral sul (Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe), mais distantes e com taxas de mortalidade infantil mais altas.
Dos nove municípios da região metropolitana da Baixada, somente três (Santos, São Vicente e Guarujá) têm leitos de terapia intensiva para recém-nascidos. No total, são 46 para atendimento público, a maioria em Santos.
Durante sete meses (entre julho do ano passado e fevereiro deste ano), a maternidade do Hospital São José, o único que atende pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em São Vicente, ficou fechada devido à crise financeira da instituição.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Tomas Soderberg, das 12,7 mil crianças nascidas em Santos no ano passado, 7.300 (57,5%) são filhas de pais residentes em outros municípios.
Na cidade, a maior do litoral paulista, a taxa de mortalidade infantil é bem inferior à média da Baixada Santista: 15,3 mortes para cada mil crianças nascidas vivas em 2002. O índice representa uma queda em relação aos 33,9 de 1990, mas supera o de 2000, quando atingiu 14 por mil, a marca mais baixa desde 1988.
As dificuldades de assistência existem. No último final de semana, três grávidas chamaram a polícia para garantir atendimento no Hospital e Maternidade Municipal Silvério Fontes. Segundo a secretaria, elas não estavam em trabalho de parto.


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