São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2008

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Mortes são resultado de ação inconseqüente, afirma Jobim

LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem que caso se comprove que a morte dos jovens no Rio foi conseqüência da ação dos militares do Exército, estes poderão ser co-responsabilizados pelo crime. "Corre-se aí uma indagação: se a causa final da morte dos rapazes teve origem na entrega [deles pelos militares a um morro rival], pode-se falar inclusive em eventual co-autoria."
"Veja o resultado de uma ação inconseqüente, inadmissível e que deverá ser repreendida de forma exemplar", disse Jobim. De manhã e à tarde, o ministro da Defesa se reuniu para discutir o assunto com o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri.
"A leitura dos depoimentos nos leva à indignação, mostrando a absoluta falta de respeito à pessoa humana desempenhado por esses personagens, e isso deverá ter uma reação não só da sociedade, mas do Poder Judiciário, de forma radical."
Em nota, o Exército informou que "repudia, veementemente, qualquer desvio de conduta e qualquer ação fora da legalidade praticada por seus integrantes". Na nota, o Exército lembra que os 11 militares envolvidos no "lamentável episódio" tiveram sua prisão provisória decretada, por dez dias.
O Exército anunciou que continuará o projeto Cimento Social. Jobim, porém, admitiu revisar a atuação da corporação no local. "Temos que verificar agora as conseqüências do fato em relação às ações que estão sendo praticadas no morro."
O ministro da Justiça, Tarso Genro, informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria o caso, por se tratar de assunto do Ministério da Defesa.


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