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Mortes são resultado de ação inconseqüente, afirma Jobim
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, afirmou ontem que caso
se comprove que a morte dos
jovens no Rio foi conseqüência
da ação dos militares do Exército, estes poderão ser co-responsabilizados pelo crime.
"Corre-se aí uma indagação: se
a causa final da morte dos rapazes teve origem na entrega [deles pelos militares a um morro
rival], pode-se falar inclusive
em eventual co-autoria."
"Veja o resultado de uma
ação inconseqüente, inadmissível e que deverá ser repreendida de forma exemplar", disse
Jobim. De manhã e à tarde, o
ministro da Defesa se reuniu
para discutir o assunto com o
comandante do Exército, general Enzo Martins Peri.
"A leitura dos depoimentos
nos leva à indignação, mostrando a absoluta falta de respeito à
pessoa humana desempenhado
por esses personagens, e isso
deverá ter uma reação não só
da sociedade, mas do Poder Judiciário, de forma radical."
Em nota, o Exército informou que "repudia, veementemente, qualquer desvio de conduta e qualquer ação fora da legalidade praticada por seus integrantes". Na nota, o Exército
lembra que os 11 militares envolvidos no "lamentável episódio" tiveram sua prisão provisória decretada, por dez dias.
O Exército anunciou que
continuará o projeto Cimento
Social. Jobim, porém, admitiu
revisar a atuação da corporação
no local. "Temos que verificar
agora as conseqüências do fato
em relação às ações que estão
sendo praticadas no morro."
O ministro da Justiça, Tarso
Genro, informou, por meio de
sua assessoria, que não comentaria o caso, por se tratar de assunto do Ministério da Defesa.
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