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SISTEMA PRISIONAL
Relatório foi encomendado pelo governo
Estudo mostra que só 17,3% dos presos estudam e 26% trabalham
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
Apenas 17,3% dos presos brasileiros estudam e só 26% trabalham dentro do sistema prisional
brasileiro. Os números são considerados baixos pelos especialistas
e constam de estudo que o governo federal encomendou sobre as
condições dos presídios do país.
O relatório ao qual a Agência
Folha teve acesso foi preparado
pela ex-diretora do Sistema Penitenciário e ouvidora de Polícia no
Estado do Rio de Janeiro, Julita
Lemgruber. Para ela, a possibilidade de estudar e trabalhar garante ao preso melhores chances de
reinserção na sociedade. Além
disso, a cada três dias trabalhados,
o preso diminui um de sua pena.
O Ministério da Justiça estuda
uma forma de reverter parte dos
ganhos auferidos pelo trabalho do
preso para o pagamento dos gastos que o poder público tem com
a manutenção dele no cárcere.
A medida poderá incentivar o
trabalho, mas não resolve todos
os problemas do sistema. Conforme o estudo, os cárceres do país
têm, em média, mais de oito presos para cada agente de segurança
e quase 124 detentos para cada
técnico em segurança que trabalha nas unidades.
Segundo Julita Lemgruber, o
baixo número de agentes e técnicos, somado ao quadro de superlotação, cria um ambiente de tensão que pode estar no cerne das
constantes rebeliões no país.
O estudo mostrou também que,
em geral, agentes e técnicos não
têm o preparo necessário para
tratar com presos.
Atualmente, 21 Estados não têm
escolas de formação penitenciária. O Rio de Janeiro é dos poucos
Estados com instituições de preparação de pessoal.
Outro problema apontado é o
desvio de função de funcionários
e a falta de normas e sistema de
trabalho. Na metade dos presídios, o sistema é dirigido por policiais militares desviados do policiamento para a gerência das instituições. Não existe, também, na
maioria dos Estados, planos de
cargos e salários para os que trabalham dentro de presídios.
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