São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

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Avião derrapa na nova pista de Congonhas

Chovia no momento do incidente, que fechou o aeroporto por 20 minutos; nenhum dos 21 passageiros e 4 tripulantes se feriu

Reformada ao custo de R$ 20 milhões, pista principal foi entregue sem ranhuras que melhoram atrito e ajudam a evitar derrapagens

KLEBER TOMAZ
VINICIUS QUEIROZ GALVÃO

DA REPORTAGEM LOCAL

Um avião modelo ATR 43 da Pantanal derrapou às 12h43 de ontem ao pousar na pista principal de Congonhas e fechou o aeroporto por 20 minutos. Chovia muito no momento.
Reformada ao custo de R$ 20 milhões, a pista foi entregue em 29 de junho sem a conclusão do "grooving", ranhuras que ajudam na drenagem da água e melhoram o coeficiente de atrito para evitar derrapagens.
Segundo a Infraero, a estatal que administra os aeroportos do país, as ranhuras devem começar a ser feitas no dia 25, depois do período para assentamento da pavimentação.
As causas do acidente serão apuradas pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Entre as possibilidades, a empresa aérea cita a aquaplanagem, quando o pneu perde atrito com o solo devido a poças d'água. A Infraero informa que a lâmina d'água havia sido verificada às 12h25 e estava em 0,8 mm -abaixo de 3 mm, quando ocorre a interdição da pista.
Outras hipóteses são: falha mecânica (pneu careca ou problema no freio), falha do piloto e condições climáticas aliadas a eventuais problemas na pista.
À noite, a Pantanal informou que dois pneus do lado esquerdo haviam furado. Ela vai apurar se isso ocorreu na hora do pouso ou após a derrapagem.
Nenhum dos 21 passageiros e quatro tripulantes do vôo 4763, que vinha de Araçatuba (530 km de São Paulo), se feriu. Um casal foi levado ao posto médico do aeroporto com sintomas de crise nervosa e ansiedade.
Segundo o SRPV (Serviço Regional de Proteção ao Vôo), o avião, que possui duas hélices sob as asas dianteiras e tem capacidade para 45 passageiros, tocou o solo, percorreu cerca de 150 metros no asfalto e depois entrou à esquerda 20 metros no canteiro que separa as pistas principal e secundária.
Carros do Corpo de Bombeiro e do resgate foram para a pista principal, que precisou ser fechada por 20 minutos para a retirada dos passageiros.
Como o avião ficou próximo da pista auxiliar, esta também teve de ser fechada por segurança. Das 12h43, horário do acidente, até as 20h, ela continuava interditada, pois a Pantanal precisava retirar a aeronave, que estava com o trem de pouso dianteiro enterrado na lama. A previsão era que fosse levada para o hangar às 23h.
Um efeito cascata de atrasos ocorreu em Congonhas. Antes do acidente, ao meio-dia, eram 15 atrasos, mas, às 19h, já eram 58 atrasos e 37 cancelamentos.

Outros casos
Congonhas já registrou incidente semelhante neste ano, quando um avião da Varig, que fazia a ponte-aérea Rio-São Paulo, derrapou na pista principal no dia 17 de janeiro.
Em outubro de 2006, um Boeing-737/300 da Gol, que chegava à capital paulista vindo de Cuiabá (MT), também derrapou. Em março daquele ano, uma aeronave da BRA, com 115 passageiros, teve problemas na aterrissagem e só conseguiu parar no canteiro final de Congonhas, às margens da avenida dos Bandeirantes.


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