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Avião derrapa na nova pista de Congonhas
Chovia no momento do incidente, que fechou o aeroporto por 20 minutos; nenhum dos 21 passageiros e 4 tripulantes se feriu
Reformada ao custo de R$ 20 milhões, pista principal foi entregue sem ranhuras que melhoram atrito e ajudam a evitar derrapagens
KLEBER TOMAZ
VINICIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um avião modelo ATR 43 da
Pantanal derrapou às 12h43 de
ontem ao pousar na pista principal de Congonhas e fechou o
aeroporto por 20 minutos.
Chovia muito no momento.
Reformada ao custo de R$ 20
milhões, a pista foi entregue em
29 de junho sem a conclusão do
"grooving", ranhuras que ajudam na drenagem da água e
melhoram o coeficiente de atrito para evitar derrapagens.
Segundo a Infraero, a estatal
que administra os aeroportos
do país, as ranhuras devem começar a ser feitas no dia 25, depois do período para assentamento da pavimentação.
As causas do acidente serão
apuradas pelo Cenipa (Centro
de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos). Entre as possibilidades, a empresa
aérea cita a aquaplanagem,
quando o pneu perde atrito
com o solo devido a poças d'água. A Infraero informa que a
lâmina d'água havia sido verificada às 12h25 e estava em 0,8
mm -abaixo de 3 mm, quando
ocorre a interdição da pista.
Outras hipóteses são: falha
mecânica (pneu careca ou problema no freio), falha do piloto
e condições climáticas aliadas a
eventuais problemas na pista.
À noite, a Pantanal informou
que dois pneus do lado esquerdo haviam furado. Ela vai apurar se isso ocorreu na hora do
pouso ou após a derrapagem.
Nenhum dos 21 passageiros e
quatro tripulantes do vôo 4763,
que vinha de Araçatuba (530
km de São Paulo), se feriu. Um
casal foi levado ao posto médico do aeroporto com sintomas
de crise nervosa e ansiedade.
Segundo o SRPV (Serviço Regional de Proteção ao Vôo), o
avião, que possui duas hélices
sob as asas dianteiras e tem capacidade para 45 passageiros,
tocou o solo, percorreu cerca de
150 metros no asfalto e depois
entrou à esquerda 20 metros
no canteiro que separa as pistas
principal e secundária.
Carros do Corpo de Bombeiro e do resgate foram para a pista principal, que precisou ser
fechada por 20 minutos para a
retirada dos passageiros.
Como o avião ficou próximo
da pista auxiliar, esta também
teve de ser fechada por segurança. Das 12h43, horário do
acidente, até as 20h, ela continuava interditada, pois a Pantanal precisava retirar a aeronave, que estava com o trem de
pouso dianteiro enterrado na
lama. A previsão era que fosse
levada para o hangar às 23h.
Um efeito cascata de atrasos
ocorreu em Congonhas. Antes
do acidente, ao meio-dia, eram
15 atrasos, mas, às 19h, já eram
58 atrasos e 37 cancelamentos.
Outros casos
Congonhas já registrou incidente semelhante neste ano,
quando um avião da Varig, que
fazia a ponte-aérea Rio-São
Paulo, derrapou na pista principal no dia 17 de janeiro.
Em outubro de 2006, um
Boeing-737/300 da Gol, que
chegava à capital paulista vindo
de Cuiabá (MT), também derrapou. Em março daquele ano,
uma aeronave da BRA, com 115
passageiros, teve problemas na
aterrissagem e só conseguiu
parar no canteiro final de Congonhas, às margens da avenida
dos Bandeirantes.
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