São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008

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Jovem bate carro e é baleado por policial

Segundo a polícia do Rio, o estudante agrediu um inspetor e tentou desarmá-lo; o rapaz foi atingido por três disparos

De acordo com o policial, o estudante trafegava em alta velocidade quando, ao virar uma esquina, perdeu o controle do carro e capotou


DA SUCURSAL DO RIO

Um jovem de 21 anos foi baleado por um policial civil no Catete, zona sul do Rio, na madrugada de ontem em frente à 9ª Delegacia de Polícia.
Ele estaria alcoolizado quando, de acordo com a polícia, tentava agredir os agentes que o socorriam após um acidente. A arma disparou acidentalmente, segundo o depoimento do policial. O rapaz foi atingido por três disparos.
Segundo a polícia, o estudante de propaganda e marketing da Universidade Estácio de Sá Gabriel Bastos Moura Ferreira estava trafegando pela rua do Catete em alta velocidade, por volta das 2h40, quando, ao virar para a rua Pedro Américo -esquina onde fica a delegacia-, perdeu o controle do Palio e capotou, atingindo o Gol de um policial civil -que não é lotado na 9ª DP.
Segundo o depoimento do inspetor Gilberto da Rin, da 9ª DP, ele saiu acompanhado de dois agentes para ver o que havia ocorrido. Após retirar Gabriel do Palio, o estudante agrediu Rin com um soco no rosto, conforme o relato do inspetor.
Rin afirmou na delegacia onde trabalha que afastou o estudante e sacou a arma para mantê-lo distante. Gabriel, segundo Rin, avançou e tentou arrancar a arma da sua mão. Nesse momento teriam ocorrido os disparos, segundo o depoimento, acidentais. O estudante foi levado ao hospital.
Gabriel foi atingido por três disparos, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde: na coxa esquerda, no joelho direito e no tornozelo (o hospital não determinou em qual dos dois). Sofreu ainda escoriações no braço direito, em razão do acidente.
O pai do estudante, o motorista de van Selmo Moura Ferreira, afirmou que o filho negou ter agredido os policiais. "Ele disse que foi arrastado para fora do carro e esculachado pelos agentes. Não agrediu policial nenhum. Ele disse que não lembra do momento do tiro. Foi tudo muito rápido."
O estudante afirmou no hospital que havia bebido antes de dirigir. Morador da zona norte, ele voltava de um show na casa de shows Fundição Progresso, na Lapa (centro do Rio).
"Ele não é de beber. Mas, mesmo que ele tenha bebido, não precisava dar tiros nele", disse o pai. Foram encontradas três garrafas de cerveja no veículo, segundo a delegacia.
O delegado da 9ª DP, Antônio Bertrand, afirmou que o policial terá que explicar como houve três disparos acidentais, já que no registro de ocorrência ele relata apenas um tiro.
"O relato [do policial] faz sentido, já que numa briga é possível que o disparo ocorra. Mas ele terá que explicar por que foram três." Bertrand foi ao hospital para ouvir Gabriel, mas o estudante estava sedado.
O incidente ocorreu um dia após o administrador Luiz Carlos Soares da Costa, 35, ser morto durante ação policial e menos de dez dias após outros PMs terem confundido o carro em que estava o menino João Roberto Soares, 3, com o de criminosos. O menino foi morto com um tiro na nuca.


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