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Jovem bate carro e é baleado por policial
Segundo a polícia do Rio, o estudante agrediu um inspetor e tentou desarmá-lo; o rapaz foi atingido por três disparos
De acordo com o policial, o estudante trafegava em alta velocidade quando, ao virar uma esquina, perdeu o controle do carro e capotou
DA SUCURSAL DO RIO
Um jovem de 21 anos foi baleado por um policial civil no
Catete, zona sul do Rio, na madrugada de ontem em frente à
9ª Delegacia de Polícia.
Ele estaria alcoolizado quando, de acordo com a polícia,
tentava agredir os agentes que
o socorriam após um acidente.
A arma disparou acidentalmente, segundo o depoimento
do policial. O rapaz foi atingido
por três disparos.
Segundo a polícia, o estudante de propaganda e marketing
da Universidade Estácio de Sá
Gabriel Bastos Moura Ferreira
estava trafegando pela rua do
Catete em alta velocidade, por
volta das 2h40, quando, ao virar para a rua Pedro Américo
-esquina onde fica a delegacia-, perdeu o controle do Palio e capotou, atingindo o Gol
de um policial civil -que não é
lotado na 9ª DP.
Segundo o depoimento do
inspetor Gilberto da Rin, da 9ª
DP, ele saiu acompanhado de
dois agentes para ver o que havia ocorrido. Após retirar Gabriel do Palio, o estudante agrediu Rin com um soco no rosto,
conforme o relato do inspetor.
Rin afirmou na delegacia onde trabalha que afastou o estudante e sacou a arma para mantê-lo distante. Gabriel, segundo
Rin, avançou e tentou arrancar
a arma da sua mão. Nesse momento teriam ocorrido os disparos, segundo o depoimento,
acidentais. O estudante foi levado ao hospital.
Gabriel foi atingido por três
disparos, segundo a assessoria
de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde: na coxa esquerda, no joelho direito e no
tornozelo (o hospital não determinou em qual dos dois). Sofreu ainda escoriações no braço
direito, em razão do acidente.
O pai do estudante, o motorista de van Selmo Moura Ferreira, afirmou que o filho negou
ter agredido os policiais. "Ele
disse que foi arrastado para fora do carro e esculachado pelos
agentes. Não agrediu policial
nenhum. Ele disse que não
lembra do momento do tiro.
Foi tudo muito rápido."
O estudante afirmou no hospital que havia bebido antes de
dirigir. Morador da zona norte,
ele voltava de um show na casa
de shows Fundição Progresso,
na Lapa (centro do Rio).
"Ele não é de beber. Mas,
mesmo que ele tenha bebido,
não precisava dar tiros nele",
disse o pai. Foram encontradas
três garrafas de cerveja no veículo, segundo a delegacia.
O delegado da 9ª DP, Antônio
Bertrand, afirmou que o policial terá que explicar como
houve três disparos acidentais,
já que no registro de ocorrência
ele relata apenas um tiro.
"O relato [do policial] faz
sentido, já que numa briga é
possível que o disparo ocorra.
Mas ele terá que explicar por
que foram três." Bertrand foi ao
hospital para ouvir Gabriel,
mas o estudante estava sedado.
O incidente ocorreu um dia
após o administrador Luiz Carlos Soares da Costa, 35, ser
morto durante ação policial e
menos de dez dias após outros
PMs terem confundido o carro
em que estava o menino João
Roberto Soares, 3, com o de criminosos. O menino foi morto
com um tiro na nuca.
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