São Paulo, sexta-feira, 17 de julho de 2009

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Médico infectologista defende atendimento descentralizado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O presidente da Associação Brasileira de Infectologia, Juvencio Furtado, considera que o aumento do número de mortes por gripe suína no país está dentro do esperado. Para ele, as autoridades precisam descentralizar cada vez mais os locais apropriados para diagnóstico e tratamento dos doentes.

 

FOLHA - O aumento das mortes por gripe suína era esperado?
JUVENCIO FURTADO - Sim, está dentro de uma previsibilidade de letalidade. A gripe suína tem se comportado até o momento de forma semelhante à gripe comum, então, se a taxa de letalidade dela for parecida à da comum, será o esperado. A letalidade da gripe comum é de 0,4%, ou seja, pode matar quatro a cada mil pessoas com a doença. Mesmo assim, não se pode afirmar que a gripe suína matará tanto quanto, mais ou menos que a gripe comum.

FOLHA - O número de mortes por gripe suína vai aumentar mais?
FURTADO - Sim, à medida que a doença vai acometendo mais pessoas, as complicações serão mais frequentes.

FOLHA - Por que as mortes estão concentradas no Rio Grande do Sul?
FURTADO - É comum que a transmissibilidade aumente no Sul e no Sudeste no outono e no inverno porque são os períodos mais frios do ano nessas regiões, e o frio favorece as doenças respiratórias em geral.

FOLHA - As autoridades têm agido de forma correta?
FURTADO - Sim. As medidas estão corretas na teoria. Não sei se a prática também está.

FOLHA - O que o governo deve mudar com o aumento de casos?
FURTADO - A descentralização deve aumentar à medida que aumenta a epidemia. Quanto mais locais apropriados para diagnosticar e tratar as pessoas para que o atendimento seja mais rápido, melhor. Para se prevenir, as pessoas devem evitar aglomerações e lugares com pouca ventilação, lavar as mãos com frequência etc.


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